Mais de 40% dos empregadores nacionais esperam aumentar as suas equipas no terceiro trimestre do ano
Entre Julho e Setembro, 41% dos empregadores nacionais esperam aumentar as suas equipas, 10% a planeiam diminuir a sua força de trabalho e 46% manter o número de trabalhadores que têm actualmente. Os dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey traduzem assim uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +37%, já ajustada sazonalmente para o terceiro trimestre de 2022.
Este valor representa um crescimento considerável de 9 pontos percentuais, face ao segundo trimestre do ano, e uma evolução positiva ainda mais acentuada, se comparada com o período homólogo de 2021, ao registar-se uma subida de 23 pontos percentuais.
A área das Tecnologias de Informação, Telecomunicações, Comunicação e Media é a que apresenta, segundo o estudo, as previsões de contratação mais positivas, com uma Projecção de +46%, o que revela um crescimento moderado de seis pontos percentuais face ao trimestre anterior.
Também o sector da Banca, Finanças, Seguros e Imobiliário avança com uma Projecção muito optimista de +43%, com uma subida considerável de 18 pontos percentuais face ao trimestre anterior, e de 24 pontos percentuais, quando comparada ao terceiro trimestre do ano passado. O sector da Restauração e Hotelaria segue a mesma tendência, no entanto, apresentando uma Projecção de +40%, demonstra um ligeiro abrandamento nas contratações, de dois pontos percentuais, face ao trimestre anterior, mas uma subida muito acentuada, de 31 pontos percentuais, se comparada ao período homólogo de 2021, altura em que o sector sofria o impacto das restrições impostas pela pandemia. Por outro lado, o sector da Produção Primária, que reúne as actividades agrícola, mineira ou de recolha de resíduos, o sector da Educação, Saúde, Trabalho Social e Governamental, bem como o sector da Construção, embora optimistas, são os que avançam com ritmos de contratação mais lentos, com uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +10%, +21% e +22%, respectivamente.As previsões seguem uma tendência de abrandamento face ao trimestre anterior, ao decrescerem oito pontos percentuais no caso da Produção Primária e da Construção e de dois pontos percentuais no sector da Educação, Saúde, Trabalho Social e Governamental. Já face ao período homólogo do ano passado, a Construção é a que mais evolui com uma subida de 15 pontos percentuais.
O sector Industrial e o Comércio Grossista e Retalhistas apresentam perspectivas mais optimistas, ambos com uma Projecção para a Criação Líquida de Empresa de 28%. Este valor traduz um crescimento de 14 pontos percentuais face ao trimestre anterior, no caso da Indústria, e uma situação de manutenção no caso do Comércio Grossista e Retalhista.
Desta forma, na generalidade, independentemente do sector analisado, os empregadores portugueses esperam reforçar as suas equipas durante os próximos três meses, tendência que evolui positivamente em todos os sectores se comparada com o período homólogo de 2021. Já face ao segundo trimestre de 2022, apenas cincos dos onze setores têm previsões mais fortes do que as anteriormente registadas, o que revela um ligeiro abrandamento de trimestre para trimestre.As cinco regiões de Portugal analisadas no estudo avançam com previsões de contratação positivas para o período de Julho a Setembro, apesar de duas não evoluírem positivamente face ao trimestre anterior. É a Região Sul a que indica a Projecção para a Criação Líquida de Emprego mais animadora, com um valor +36%, 10 pontos percentuais acima das projecções do trimestre anterior e 27 pontos percentuais superior ao mesmo período do ano passado.
Seguidamente, a Grande Lisboa regista uma Projecção de +35%, o que traduz uma subida moderada face ao trimestre anterior, de sete pontos percentuais, mas acentuada se comparada com o terceiro trimestre de 2021, com uma diferença de 29 pontos percentuais. Uma tendência diferente identifica-se no Grande Porto, que, apesar de avançar com uma Projecção próspera de +32% para o próximo trimestre, surge com previsões que descem três pontos percentuais, quando comparadas com o trimestre anterior. Estas representam, porém, um crescimento elevado comparativamente ao mesmo período do ano passado, evoluindo positivamente em 20 pontos percentuais. Por fim, surgem as Regiões Norte e Centro, que, embora avancem com Projeções mais baixas, mantêm-se com ritmos de contratação saudáveis, ambas com um valor de +24%, mas que refletem tendências de evolução diferentes. Assim, no caso da Região Norte dá-se uma subida de cinco pontos percentuais em comparação com o segundo trimestre do ano e de 17 pontos percentuais, quando comparada com o mesmo trimestre do ano passado. Já na Região Centro, a Projecção para o próximo trimestre representa uma descida considerável de 13 pontos percentuais face ao segundo trimestre do ano, mas consolida a tendência positiva face ao ano passado, com um crescimento de 17 pontos percentuais perante o período homólogo. As empresas de todas as dimensões preveem aumentar as suas equipas no próximo trimestre. No entanto, são as Médias e Grandes Empresas as que anunciam um ritmo de contratação mais próspero, com uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +33%, o que traduz ainda uma subida de sete e dois pontos percentuais face ao trimestre passado, respetivamente. Se comparada com o período homólogo do ano passado, a subida é ainda mais acentuada, com um crescimento de 16 pontos percentuais nas Médias Empresas e de 23 pontos percentuais nas Grandes Empresas. Seguidamente, surgem as Pequenas Empresas, cujos empregadores avançam com uma Projecção sólida de +32%, mas que se assume num crescimento de apenas um ponto percentual face ao trimestre anterior, continuando, no entanto, a ser a dimensão de empresa que mais cresce comparativamente com o mesmo período de 2021, com um aumento de 24 pontos percentuais. Entre os quatro tipos de empresas, são as Microempresas as que avançam com a Projecção para a Criação Líquida de Emprego mais baixa, mas ainda assim forte, com +27%, o que se traduz num crescimento de 13 pontos percentuais face ao último trimestre e de 21 pontos percentuais perante o terceiro trimestre do ano passado. Globalmente, observam-se perspectivas de contratação optimistas, com 39 do total de 40 países e territórios analisados no estudo a anunciarem planos de contratação positivos para os meses de Julho a Setembro, embora 12 deles demonstrem uma diminuição ou estagnação face ao segundo trimestre do ano. Dos países com as previsões mais positivas destacam-se o México, o Brasil e a Índia, com Projecções de +59%, +54% e +51%, respectivamente. Em oposição, a Grécia apresenta uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego negativa, de -1%, seguida de Taiwan e do Japão, com valores de +3% e +4%, respectivamente. Na Europa, o país com a Projecção mais optimista é a Irlanda, de +42%, logo seguido de Portugal. No polo oposto, depois da Grécia, encontra-se a Polónia, que apresenta uma Projecção de +11.O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou mais de 40 mil empregadores em 40 países e territórios.