Mais de 40 empresas participaram no projecto-piloto «Semana de 4 dias em Portugal». Sabe qual foi a principal conclusão?
O Relatório Final do Projecto-Piloto da Semana de Quatro Dias foi hoje, dia 24 de Junho, publicado no site do IEFP. Os resultados vão ser apresentados no Encontro Internacional «A semana de 4 dias» no próximo dia 28 de Junho na Universidade do Porto.
O estudo mostra que 41 empresas testaram uma semana de quatro dias em Portugal e 12 distritos estiveram representados. Consultoria, Ciência e Tecnologia é o sector de destaque da participação no estudo. As empresas adoptaram a semana de quatro dias em diferentes formatos e implementaram várias mudanças organizacionais.
Verificaram-se melhorias operacionais e do desempenho dos trabalhadores e 80% dos administradores avaliam o teste como financeiramente neutro. Apenas uma organização teve de contratar mais trabalhadores.
O estudo revela ainda que apenas quatro empresas retornaram a semana de cinco dias no final do teste. As empresas participantes avaliaram positivamente o projecto, destacando o profissionalismo da equipa coordenadora e a importância do projecto no contexto das relações laborais em Portugal.
O mesmo estudo indica que 332 trabalhadores em empresas participaram no projecto-piloto. Cerca de 67% dos trabalhadores são do sexo feminino, 55% têm menos de 40 anos, 79% com licenciatura, mestrado ou doutoramento
Antes do projecto-piloto trabalhavam 41,6 horas, durante o piloto 36,5 horas e houve uma evidente redução da exaustão e desgaste.
O estudo concluiu que houve uma redução de sintomas negativos de saúde mental, melhoria da saúde mental e física, melhor equilíbrio entre trabalho, família e vida pessoal e um aumento da satisfação com o trabalho e a vida em geral.
Os trabalhadores valorizam este benefício em 28% do salário. O valor atribuído à semana de quatro dias é maior em mulheres, trabalhadores com filhos, com salários inferiores a 1100 euros e com mais baixas qualificações, 93% dos trabalhadores gostava de continuar
Este é o resultado do projecto-piloto da Semana de Quatro Dias, levado a cabo em 2023 pelo Ministério do Trabalho Solidariedade e Segurança Social, em parceria com os professores Pedro Gomes (professor catedrático em Economia, Birkbeck, Universidade de Londres); e Rita Fontinha (professora associada de Strategic Human Resource Management na Henley Business School da Universidade de Reading), no qual, durante seis meses, com empresas do sector privado, foram avaliados os impactos desta modalidade de gestão do horário laboral, nas empresas, nos trabalhadores e nas suas famílias.