Mais de metade das empresas afirma ir aumentar salários (ainda este ano)

O “Estudo de RH 2023”, o mais recente estudo da Factorial, concluiu que 54% das empresas inquiridas pretende aumentar os salários dos seus colaboradores nos próximos meses.

 

A maioria das empresas acredita que as duas ferramentas mais eficientes na retenção de talento são a remuneração justa em função do desempenho e dar feedback aos colaboradores sobre o trabalho realizado – o que demonstra que a transparência traz sucesso.

O salário também já não é um assunto tabu na gestão dos colaboradores, nem tão-pouco o peso que tem na relação entre estes e a empresa. Por um lado, as legislações relacionadas com a equidade e a transparência salarial ajudaram a posicionar estes conceitos entre as prioridades das organizações; por outro, o acompanhamento das equipas é cada vez mais importante e uma remuneração equivalente ao desempenho demonstrado tornou-se quase uma exigência.

O estudo mostra também que a maioria das empresas está a dar prioridade a estratégias de fidelização dos colaboradores, como o employer branding (35%), programas de formação (34%) e benefícios sociais (34%).

A luta contra a rotatividade dos colaboradores está a tornar-se um dado adquirido nas organizações, pelo que os processos relacionados com o compromisso dos profissionais são uma prioridade para os líderes de Recursos Humanos.

Definir estratégias de formação e de acompanhamento será fundamental para os responsáveis pela gestão de colaboradores, que valorizam cada vez mais as ferramentas de fidelização como forma de compensar a falta de talento.

A rotatividade do talento é um problema global e tem-se tornado uma realidade cada vez mais comum nas empresas – sobretudo para as de pequena e média dimensão, que são quem apresenta uma taxa de rotatividade mais elevada (35% e 40%, respectivamente).

Apesar de a taxa média de rotatividade ser de 36% entre todas as organizações, a maioria não está demasiado apreensiva com o facto e 32% estão “moderadamente preocupadas”, 17% estão “muito preocupadas” e outros 17% “extremamente preocupadas”.

Contudo, independentemente da sua taxa de rotatividade e do seu nível de preocupação, quase 2/3 das empresas inquiridas globalmente já tem um plano de acção para reduzir este problema, ou encontra-se a trabalhar nesse sentido. Os líderes de RH acreditam que promover o crescimento profissional e as promoções internas são indispensáveis para combater a rotatividade e ajudar, ao mesmo tempo, a preencher as lacunas de qualificações.

A par deste tema, podemos também mencionar que 71% das empresas estão preocupadas com a escassez de talento e outros 67% com a escassez de capacidades, que não permitem às equipas de RH encontrar os melhores profissionais para cobrir as suas necessidades.

De acordo com o relatório, quanto maior for uma organização, maior é a sua maturidade digital, e 34% das empresas com mais de 500 colaboradores baseiam as suas decisões em dados. Contudo, 80% das empresas inquiridas ainda não possui as ferramentas necessárias para tomar decisões de RH baseadas em dados; e 10% sente-se cautelosa ou indiferente quanto à utilização destes – o que é especialmente notório nas empresas de pequena e média dimensão.

A maior barreira à utilização da chamada business intelligence é uma combinação perigosa de falta de capacidades, infraestruturas e orçamento.

Assim, nota-se um significativo atraso na utilização de ferramentas focadas no bem-estar dos profissionais, como as relacionadas com o crescimento ou a monitorização do ambiente de trabalho. Apesar disso, foi possível perceber que as empresas com uma maior maturidade digital são as latino-americanas, nomeadamente o Brasil (65%), contrastando com as europeias no geral – e sobretudo com França, onde 26% das empresas não confia nos dados, ou estes são-lhes indiferentes.

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