Medidas para criar emprego

A Confederação de Serviços de Portugal (CSP) propõe 10 medidas de apoio à criação de emprego no mercado português, entre as quais a aposta no ensino técnico e profissional, disse esta sexta-feira o presidente da entidade.

Em declarações à Lusa, Luís Reis disse que «é preciso que a sociedade civil desempenhe um papel contributivo para o relançamento da economia», razão pela qual a CSP vai apresentar 10 medidas que visam combater o desemprego em Portugal.

Para Luís Reis, uma das apostas deve assentar no ensino técnico e profissional. Isto porque «temos hoje um índice de empregabilidade baixa à saída do ensino superior e carência de formados na área técnica e profissional», defendeu.

Segundo o presidente da CSP, é preciso «dar mais valor e mais estímulo a este tipo de formação, que é onde não há falta de emprego».

Por outro lado, a confederação defende como «absolutamente fundamental» renovar o papel das universidades na criação de emprego.

As universidades têm um «papel decisivo na criação de emprego», nomeadamente devem apostar em programas de empreendedorismo, através de disciplinas específicas, e estimular a dinamização de «spin-offs».

Além disso, deve haver uma proximidade entre universidades e empresas através de protocolos com benefícios em investigação e desenvolvimento para as empresas.

Luís Reis apontou ainda o incentivo para estágios profissionalizantes, com um regime fiscal atractivo para as empresas, sendo que este incentivo estaria indexado ao prazo da contratação, sendo superior quando os estágios passassem a contrato sem termo.

Defendeu também o acompanhamento de proximidade para os desempregados que tenham registado um elevado número de entrevistas falhadas com o objectivo de «identificar os problemas específicos».

Outro dos pontos defendidos é a criação de uma rede europeia para a Administração Pública, que permita cruzar boas práticas entre os vários países europeus e encontrar oportunidades.

«É claramente uma ideia inovadora que o Governo pode propor em sede da Comissão Europeia», disse Luís Reis.

A CSP propõe ainda a possibilidade de recorrer a uma bolsa de recursos qualificados para empresas com programas de fundos nacionais ou europeus, nomeadamente QREN ou capital de risco, a participação de empresas nos cursos técnicos profissionais aplicados a áreas de desenvolvimento estratégico para o País e a aposta na criação do próprio emprego.

Questionado sobre o ensino dual, que tem sido defendido pelo ministro da Economia e Emprego, Luís Reis considerou que as medidas destinadas à área profissional «devem ser tratadas com a mesma dignidade e nobreza que o ensino clássico».

Defendeu que «é preciso muita atenção na forma e no modelo utilizado para o estímulo para que não se crie a ideia de que o ensino técnico profissional é de segunda», pois nesta área «o emprego é imediato».

Estas propostas serão enviadas ao ministro da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, e ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, o qual tem a tutela do programa Impulso Jovem.

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