Multinacional suíça inaugura hoje, no Porto, um Centro Global de Engenharia que privilegia a inclusão de talento com deficiência

A Zühlke inaugura hoje um novo escritório no Porto, um espaço desenhado à medida dos colaboradores e de uma equipa diversa. A Human Resources Portugal conversou com Ana Correia, directora de Employer Branding da consultora.

 

Portugal foi o país escolhido pela empresa suíça para fundar o seu terceiro Centro Global de Engenharia (depois da Bulgária e da Sérvia), a partir do qual desenvolve soluções de software para clientes internacionais e que em dois anos de actividade já conta com 60 colaboradores.

Com um investimento de quatro milhões de euros no novo escritório, a Zühlke pretende aumentar a equipa em 50% até início de 2024 e tornar o acesso à área tecnológica mais equitativo para todo o talento.

 

Zuhlke Meshing Minds event @ Yeatman Hotel, Vila Nova de Gaia, Portugal 2022.11.18
© André Henriques
www.ahphoto.pt

Inauguram um novo escritório no Porto, que privilegia a inclusão de talento com deficiência. Que pressupostos estiveram na base do modelo escolhido e como funciona?

A nossa cultura interna é pautada pelo investimento nos colaboradores, nas suas condições e ferramentas de trabalho, bem como nos benefícios que oferecemos. Nessa perspectiva, e porque o sector tecnológico está em constante crescimento, procuramos também ser uma organização cada vez mais inclusiva, abrindo as nossas oportunidades a todos os especialistas que queiram crescer com a Zühlke. Para o conseguirmos com mais equidade, desenhámos um escritório mais inclusivo desde raiz, com áreas amplas, sinalética facilmente legível e espaços acessíveis.

Ao mesmo tempo, olhámos para o modelo de trabalho mais flexível que já praticamos, com o objectivo de desenhar o escritório do futuro para acolher o que serão modelos futuros de trabalho. Mais de 50% do espaço do escritório foi planeado para fomentar a cooperação e interacção entre colaboradores, com zonas sociais, um terraço amplo e multifunções e mesas de trabalho sem lugares reservados. O objectivo é promover a colaboração contínua, a troca de ideias e a flexibilidade no modo como todos trabalham, proporcionando em simultâneo maior qualidade de vida e um trabalho mais atractivo para todos.

 

Porquê este foco na inclusão de profissionais com deficiência?

Sentimos que a área tecnológica está em constante evolução e há inúmeras oportunidades para integrar especialistas, mas, por vezes, há barreiras logo à entrada destes profissionais no mercado. É essencial repensarmos nos processos e ferramentas que, enquanto organizações, disponibilizamos aos candidatos e aos nossos colaboradores, de forma a garantir maior igualdade e equidade no acesso às oportunidades que a tecnologia tem para todos.

Enquanto empresa no sector tecnológico, é também nosso dever criar estas oportunidades e continuar a trabalhar junto da comunidade de talento para compreender como podemos melhorar os nossos processos para incluirmos de forma equitativa todas as pessoas interessadas nesta área.

 

Que mais-valias identificam na contratação e inserção destes profissionais?

É na diversidade de experiências, backgrounds e culturas que encontramos o maior valor para evoluirmos – pessoal e profissionalmente, de forma individual e colectiva. Por isso mesmo, sentimos que é essencial continuar a procurar oportunidades para sermos uma empresa cada vez mais inclusiva, beneficiando dos inputs e conhecimentos que todos os colaboradores têm para enriquecer a organização.

 

Vão aumentar a equipa em 50% até 2024. Que tipo de talento e competências procuram?

Considerando que este é um hub de inovação na área de Engenharia de Software, estamos a recrutar perfis com foco em conhecimentos Java e .Net, embora procuremos também outros técnicos e não-técnicos.

Acima de tudo, procuramos pessoas que tenham ambição de trazer inovação, rigor e criatividade às soluções que desenhamos, com um espírito de equipa forte, sede de conhecimento, abertura para aprendizagem contínua e curiosidade para transformarmos, em conjunto, o sector tecnológico.

 

Pretendem tornar o acesso à área tecnológica mais equitativo para todo o talento. Que objectivos definiram para tal? E como pretendem alcançá-los?

O grupo Zühlke tem uma política de Diversidade, Igualdade e Inclusão que se estende a toda a cadeia de valor dos projectos. Mas além disso, está enraizado no ADN de todas as equipas e dos colaboradores um espírito de entreajuda e colaboração que sustenta toda a actividade: sabemos que é na diversidade de conhecimentos, de experiências, de desafios e de opiniões que se desenvolve a verdadeira inovação. Por isso, temos investido em medidas que promovem maior equidade no acesso às nossas oportunidades, tanto na fase de recrutamento como no dia-a-dia do trabalho, assegurando que todos dispõem das ferramentas necessárias para desempenharem as suas funções o melhor possível.

No caso do novo escritório no Porto, estas ambições foram respondidas através da criação de um espaço acessível a quem tenha mobilidade condicionada, com sinalética facilmente legível para cegos, onde todas as áreas são acessíveis – do terraço às salas de reunião, das cabines de chamadas individuais às zonas de lazer. Queremos criar cada vez mais condições para que todos possam encontrar oportunidades profissionais no sector tecnológico.

 

Que outras estratégias implementaram para promover um melhor work-life balance?

Apostamos, sobretudo, num pacote de benefícios flexíveis, adaptados às necessidades dos colaboradores e ao que mais valorizam no seu quotidiano. Nesse sentido, implementámos também uma gestão de horários mais flexível, permitindo aos colaboradores adaptarem as horas de trabalho conforme funcione melhor para si: condensar horas para ter algum dia ou período livre, reduzir o tempo de trabalho para responder a necessidades pessoais ou fazer uma semana de trabalho de quatro dias são algumas das opções que trazem maior equilíbrio e integração entre a vida e o trabalho. Ao mesmo tempo, implementamos uma cultura de feedback transparente e de parte a parte, de modo a conhecermos o que as nossas pessoas procuram, os seus desafios e motivações, para continuarmos a ir ao encontro das suas necessidades e expectativas.

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