Nove em cada 10 trabalhadores portugueses consideram a IA promissora. É o valor mais alto entre os países europeus. Mas as suas empresas não estão a investir em formação

Os trabalhadores portugueses são os que mais acreditam no desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA) na Europa com 86% dos inquiridos a nível nacional a considerarem esta tecnologia promissora. Esta é uma das principais conclusões do EY AI Experience, um inquérito realizado a mais de 4000 trabalhadores em nove países europeus de forma representativa, incluindo mais de duas centenas de portugueses.

 

O mais recente estudo da EY revela que os portugueses acompanham a tendência europeia com oito em cada dez inquiridos a confessarem estar globalmente satisfeitos com a experiência e desempenho que obtêm ao trabalhar com ferramentas de IA.

Mais de metade dos trabalhadores nacionais envolvidos neste estudo afirma que recorre a IA frequentemente, mas apenas 33% dos utilizadores o podem fazer sem qualquer restrição por parte das empresas.

Quando analisada a visão das empresas neste domínio, 31% dos trabalhadores portugueses manifestam desconhecer o posicionamento da sua entidade patronal, enquanto 23% consideram que a sua empresa não tem abertura para incluir a IA no seu quotidiano.

Esta tendência contribui para o sentimento da larga maioria dos trabalhadores nacionais (86%) de que a sua empresa investe insuficientemente em programas de formação em Inteligência Artificial.

A nível europeu, 72% dos inquiridos assumem ter experiência prática com IA, registando-se a maior parte da utilização da tecnologia somente na sua vida privada (38%) e não apenas no trabalho (12%). No contexto empresarial, quase metade dos gestores europeus afirma que a IA conduziu a sua empresa a poupanças de custos e/ou aumento dos lucros.

A percentagem de trabalhadores que assumem já ter recorrido a ferramentas de IA é mais elevada em Espanha (84%), seguida da Suíça (82%) e de Itália (77%). Portugal surge em quarto lugar desta tabela que apresenta como utilizadores menos comuns os trabalhadores dos Países Baixos (66%) e da Alemanha (67%).

Em média, na Europa, cinco em cada dez inquiridos acreditam que a IA já está a influenciar o seu trabalho e 38% espera assistir a um aumento notável da influência das aplicações de IA na sua atividade laboral nos próximos três anos. A maioria assume que a IA irá substituir por completo o trabalho humano, pelo menos em determinadas áreas, uma percepção fortemente consensual entre os trabalhadores portugueses (78%).

A análise da EY revela que os homens (75%) utilizam mais frequentemente esta tecnologia do que as mulheres (70%) e demonstra ainda evidentes diferenças quando comparada a permissão do uso de IA por parte das empresas para gestores (73%) e para trabalhadores não executivos (43%).

Ler Mais