O trabalho híbrido e a justiça de Salomão

Por Vera Norte, Co-Founder & Managing Partner do Comunicatorium

A ideia de justiça é muitas vezes tomada como um conceito de “igualdade”, muitas vezes no sentido literal de “igual para todos”.

Muitas das organizações assentam as suas politicas de gestão de recursos humanos neste sentido de “justiça” de não favorecimento, de “não exceção” de não privilégio de não desigualdade.

Quantas vezes ouvimos o comentário:  “tem de ser igual para todos”, não podem haver exceções.

Será?  na verdade igualdade não é necessariamente equidade. e o que precisamos realmente é a promoção de iguais oportunidades respeitando as diferenças entre as pessoas.

Cada vez mais elogiamos a diferença queremos a diversidade, inovação .. procuramos rotura, disrupção … mas não serão estes atributos baseados exatamente na diferença?  No respeito pela diversidade , pela individualidade como podem as empresas reter a diferença com politicas baseados em princípios de “igual para todos” ?

A questão da implementação da possibilidade de trabalho hibrido parece-me por vezes impactada por esta questão de “pseudo” justiça que esconde na verdade a dificuldade que muitas vezes existe em criar situações mais flexíveis e adaptadas a cada realidade,   servindo várias populações com diferentes necessidade dentro das organizações.

O Julgamento de Salomão é uma história em que o rei Salomão, realiza um julgamento entre duas mulheres que afirmavam ser mãe de um filho. O rei revelou seus verdadeiros sentimentos e relacionamento com a criança, sugerindo cortar o bebê em dois, com cada mulher recebendo uma metade.

Que não seja necessário o julgamento de Salomão para que se faça justiça nas organizações.

Para  haver politicas adaptáveis e flexíveis é preciso sobretudo  que haja uma cultura de flexibilidade, de transparência e de respeito pelas pessoas.

Ler Mais