Opinião: Inovar e criar valor no sector da saúde
A transformação digital está em todo o lado e todos nós temos consciência que essa realidade já não é reversível. A tecnologia tem tido desenvolvimentos a uma velocidade nunca antes vista, alcançando todas as áreas da sociedade, desde a indústria à saúde. Todos os sectores têm sentido uma enorme pressão, o que os obriga a renovarem e a criarem novas estratégias de desenvolvimento, de modo a que acompanhem um mundo totalmente diferente do passado, um mundo mais conectado e, sobretudo, com mais dados e processos ligados em rede.
Por José Oliveira, CEO da BI4ALL
O Sistema Nacional de Saúde (SNS), não é excepção e foi também ele obrigado a reorganizar-se para que se consiga adaptar a esta nova realidade. A saúde é, sem dúvida, um dos principais pilares do sistema democrático e da coesão socioeconómica do país. E, como tal, continua e continuará a enfrentar um futuro desafiante, desde o constante aumento das necessidades de prestação de serviços, à diminuição de recursos, passando pelos limites no acesso gratuito e universal aos serviços de saúde.
Desta forma, as instituições deste sector terão de desenvolver uma estratégia, tendo como principal foco a melhoria da experiência dos pacientes, da eficácia dos profissionais de saúde e do sistema de avaliação da qualidade dos serviços, tornando a prestação de cuidados de saúde mais centrada no cidadão. Mas… Como tornar os hospitais e centros de saúde mais eficientes? Como inovar e criar valor no sector da Saúde? São questões como estas que surgem, no imediato, quando juntamos na mesma frase as palavras “transformação digital” e “saúde”.
A integração de novas tecnologias conectadas à internet, como o big data, internet of things (IoT) e business intelligence oferecem soluções para que consigamos ter um sistema de saúde mais eficiente e inovador. A utilização destas ferramentas permitirá revolucionar toda a forma como são prestados os cuidados de saúde, contribuindo assim para reduzir custos, melhorar o acesso e a experiência de utilização dos serviços, personalizar os cuidados prestados, facilitar as actividades de seguimento clínico e a informação disponibilizada aos profissionais da área, bem como possibilitar aos utentes o acesso a actividades de monitorização, diagnóstico e tratamento. Mas, sobretudo, contribuirá para um melhor o serviço de saúde prestado, por cada profissional, a cada cidadão.
Já imaginou o que será ter um sistema de saúde mais tecnológico? Que vantagens terá?
Esta transformação do sector da Saúde vai implicar novas oportunidades, quer para os pacientes quer para os médicos ou enfermeiros. Por um lado, permite que os utentes tenham acesso a novos tratamentos. Por outro, obriga a que os próprios profissionais da área tenham de se adaptar a uma nova forma de exercer medicina. Exemplo esse é, a proliferação de sistemas robóticos que apoiam a cirurgia e que leva a que os médicos já comecem a estar muito mais sensibilizados para a questão da inclusão da tecnologia e de que forma os podem ajudar na forma como excercem a sua profissão, com vista à prestação dos melhores cuidados de saúde.
A utilização de sistemas mais tecnológicos irá permitir às unidades gerir, de uma forma mais eficiente a quantidade de pacientes nas suas instalações, de forma a evitar as constantes confusões a que estamos habituados, bem como o seu tempo de espera e o número de vezes que têm de se deslocar aos hospitais ou centros de saúde. Exemplo esse, é o facto de cada vez mais utentes utilizarem aplicações móveis, sensores ou dispositivos médicos que lhes possibilitam monitorizar e melhorar a sua saúde e bem-estar a partir de qualquer lugar, como é o caso dos já conhecidos pacemakers, dos dispositivos de monitorização de eletrocardiogramas e dos aparelhos de rastreamento de glicose, que também contribuirão para essa melhor gestão.
Assim, a incorporação de soluções de gestão de dados irá permitir a todas as unidades de saúde, independentemente do seu tamanho, reunir, organizar, analisar e cruzar todas as informações necessárias para melhorar o seu desempenho. A lista de fontes de dados disponíveis cresce de forma constante, e esses dados contribuem também para que os clínicos tomem decisões informadas através de algoritmos monitorizados por sistemas tecnológicos.
Desta forma, será possível desenvolver um serviço personalizado e mais eficiente a todos os pacientes e, ao mesmo tempo, facilitar as todas as tomadas de decisão dos seus profissionais.
Bem-vindos à saúde do século XXI!
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