Os mitos e a realidade da agilidade nas empresas

Será que as empresas em Portugal já são ágeis? A agilidade é uma moda, uma vontade das empresas ou uma necessidade? E do que depende? Quais os entraves? As pessoas estão preparadas? Foram estas algumas das questões do Crossfire, um dos momentos da XVII Conferência Human Resources, às quais cinco especialistas procuraram dar resposta.

 

“Agilidade nas empresas: Os mitos e a realidade” foi o tema do Crossfire, que contou com as intervenções de Clara Trindade, directora de Recursos Humanos da L’Oréal Portugal; Nuno Ferreira Morgado, sócio principal da PLMJ Advogados; Nuno Troni, director da Randstad Professionals, Pedro Ribeiro, director de Pessoas do Super Bock Group; e Vera Rodrigues, HR business partner da Sonae MC.

Da lado do “mito” Nuno Troni começou por afirmar que, ainda que muitas empresas já estejam em transformação, «as empresas em Portugal ainda não são ágeis», pois «ter uma equipa que funcione de forma agilizada não torna a empresa ágil». Mais adiante, sublinhou também a importância de «envolver as pessoas nos processos de decisão e explicar por que estamos a fazê-lo e qual o benefício deste processo de transformação».

Já Clara Trindade defendeu que «saber se uma empresa é ágil não é uma resposta de sim ou não. Agilidade é encontrar caminhos mais rápidos e muitas vezes, em Portugal, achamos que para isso é preciso mudar toda uma empresa. Do ponto de vista de negócio, não temos de seguir pelo caminho mais longo, mas sim perceber o ângulo em que se pode “atacar”.»

E será a agilidade uma moda? Vera Rodrigues acredita que, se assim for, «de moda tem de passar a modo de vida. «Fala-se muito no facto do mundo estar a mudar, mas eu acho que são as pessoas que estão a mudar. No caso da Sonae são os nossos parceiros, os colaboradores, os concorrentes e o mercado que nos levam a ser ágeis. É um conjunto que faz com que toda a organização se movimente.»

Já Nuno Ferreira Morgado acredita que não importa se é ou não uma moda, o que é de facto relevante é que traduz «uma nova forma de pensar; são novas formas de gerir o negócio», garantiu, lembrando que há vários mecanismos da lei que ajuda as empresas. No entanto, é preciso estar consciente de que, «mudar é bom, mas muitas vezes é arriscado». E aconselhou a que as empresas façam o que estiver ao seu alcance para minimizar esse risco.

Outra das questões abordadas foi se as organizações têm de mudar de uma só vez ou apenas nas áreas em que faz sentido. Sobre este tema, Vera Rodrigues considera «perigosíssimo, porque, no limite, passamos a ter colaboradores gourmet e de segunda. Temos de conseguir oferecer soluções diferentes para aqueles que têm expectativas e necessidades diferentes.»

No que respeita às pessoas, Pedro Ribeiro fez notar que «temos necessariamente que passar muito mais tempo com as chefias e dar formação. Capacitá-las é um exercício no terreno, e conjunto.» E, em relação á eficávia do processo, aconselhou: «Se somos uma empresa com capacidade razoável para comunicar externamente, tentamos fazê-lo internamente com a mesma qualidade. É importante assegurarmos uma comunicação frontal, regular e atempada.»

No Crossfire falou-se ainda de liderança, legislação e cultura organizacional. No final, cada orador deixou um conselho para alcançar mais rapidamente a agilidade.

A moderação foi assegurada por Leonor Martins, coordenadora editorial da Human Resources, e Pedro Ramos, director de Recursos Humanos do Grupo TAP Air Portugal.

Antes do Crossfire, no regresso do coffee break, a plateia foi supreendida com um número artístico protagonizado pela Salto – Internacional Circus School, que demonstrou outro tipo de agilidade.

 

A XVII Conferência Human Resources contou com o patrocínio das seguintes empresas: Delta Cafés, EDP, Fidelidade, Jaba Recordati, Microsoft, NOS, PLMJ Advogados, Randstad, Sonae MC e Ticket Serviços; e com os apoios de: Hospedeiras de Portugal, Inpressionante e Neurónio Criativo.

 

Não perca a reportagem completa do evento na edição de  Maio da Human Resources.

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