Pacto Climático Europeu quer disciplina sobre crise climática em cursos superiores portugueses

O Pacto Climático Europeu vai propor que todos os cursos de universidades e politécnicos em Portugal incluam uma cadeira opcional sobre a crise climática, anunciou a associação ambientalista Zero.

 

A organização não-governamental, que coordena em Portugal as actividades do Pacto Climático Europeu, refere em comunicado que vai formalizar a proposta no Mural do Clima, um workshop sobre as alterações climáticas que decorrerá no Instituto Superior Técnico (IST).

A proposta, a apresentar ao Conselho de Reitores da Universidades Portuguesas (CRUP) e ao Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), diz respeito a uma cadeira semestral que contribua com créditos ECTS [Sistema Europeu de Transferência e Acumulação de Créditos] para as respectivas licenciaturas.

«O conhecimento sobre as alterações climáticas, e o acesso às competências para ajudar os alunos a enfrentá-las, devem ser incorporados no currículo das instituições de ensino superior», afirma Rita Prates, da Zero, citada no comunicado.

A associação ambientalista nota que «o IST, que integra a Universidade de Lisboa, já oferece a todos os estudantes uma cadeira com as características pretendidas» e designada «Crise Climática e Transição Justa», a cargo de Tiago Domingos, professor de Ambiente e Energia no departamento de Engenharia Mecânica.

De acordo com o docente, para que uma cadeira como a sua exista em todas as instituições de ensino superior, «será desejável um programa de formação de professores e uma linha de financiamento adicional para esse fim», refere o comunicado.

Tiago Domingos considera que «o Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente é um instrumento natural para financiar este meio de transmitir, directa e indirectamente, competências a toda a sociedade para lidar com a crise climática».

Iniciativa do European Green Deal, promovido pela União Europeia, o Pacto Climático Europeu visa «mobilizar as comunidades na Europa para os investimentos, actividades e processos que sejam progressivamente menos dependentes dos combustíveis fósseis e da emissão de outros gases com efeito de estufa, promovendo a transição dos seus modos de vida e dos seus processos produtivos para uma economia sustentável».

Ler Mais