Pequenas empresas investem cada vez menos

Pequenas empresas investem cada vez menosAs micro e pequenas empresas em Portugal, que representam a maioria do emprego e da produção da economia, cortaram em quase 40% o investimento de 2012 face a 2011, avança o INE.

Para este ano, espera-se um cenário idêntico: a estimativa preliminar aponta para um novo corte de 16%, valor que será facilmente pior pois a primeira estimativa costuma ser muito mais favorável que o valor final.

De acordo com o Inquérito de Conjuntura ao Investimento, ontem divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) – operação realizada junto de 3.676 empresas com mais de quatro trabalhadores, entre início de Outubro de 2012 e meados de Janeiro de 2013 – os empresários antecipam mais um ano de descalabro no investimento privado, e consequentemente, no crescimento da economia e da criação de emprego.

A dificuldade em obter crédito foi referida como um entrave, mas esta é muito menos grave quando comparada com a deterioração das perspectivas de vendas, o factor mais dissuasor quando chega à hora de investir.

O inquérito mostra que as empresas com menos de 50 pessoas ao serviço (classe das micro e pequenas sociedades) investiram menos 38,8% em 2012 face ao ano precedente e anteveem um novo corte de 15,9% este ano. As PME têm 79% do emprego total na economia não financeira (mais de três milhões de trabalhadores), são responsáveis por 65% dos salários pagos em Portugal e representam 61% do volume negócios nacional. Ao todo são cerca de 1,1 milhões de sociedades, segundo números do próprio INE.

No geral, em 2012, as respostas dos inquiridos apontam para uma contração de 26,4% no investimento empresarial, liderada pelos sectores da construção (-44,8%), dos transportes (-39,2%) e do comércio e das oficinas de automóveis (ambos apontam para um corte de 39,1% em 2012). “Devido ao peso significativo na estrutura global do investimento”, as indústrias transformadoras registaram “o contributo negativo mais significativo para a variação do total do investimento (-8,6 pontos percentuais)”. A quebra neste sector superou 32%.

Para este ano, a estimativa inicial aponta para uma redução de 4,2% no investimento total, com a construção uma vez mais à cabeça (-44,8%), seguida do ramos dos restaurantes e alojamento (-24,7%).

 

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