Portugal Agora lança propostas para responder a cinco desafios na Educação em Portugal (para concretizar até 2030)
A plataforma “Portugal Agora” definiu cinco desafios para concretizar em Portugal até 2030, no âmbito da educação e desenvolvimento de competências. Para responder a estes desafios, no seu objectivo de passar da estratégia à acção – lança 12 propostas neste trajecto.
Os desafios e propostas estão desenvolvidas no âmbito do projecto Aprender@PT, lançado no último quadrimestre de 2023, que tem como base o foco nas aprendizagens, como ponto de partida, e não no “sistema de educação”, que deve ser uma consequência.
A iniciativa tem como meta elencar medidas que podem acelerar esta transformação em Portugal e coloquem o capital humano no centro de uma visão para o século XXI, numa agenda a executar em Portugal, pelos sectores público, privado e social, com uma perspectiva de cooperação intersectorial.
A plataforma “Portugal Agora”, que ambiciona ter influência e impacto e assenta no pressuposto de pensar o País a médio e longo prazo, recolheu contributos de especialistas nacionais e internacionais nestas matérias, para formar as propostas e construir esta agenda para o futuro.
Propostas para cinco desafios da Educação
1. Focar nos conhecimentos e competências-chave para a criação de valor nas suas actividades profissionais e nos mercados de trabalho do futuro.
Aqui, a proposta é recriar programas de aquisição de competências de aplicabilidade profissional, para indústrias de valor acrescentado, investindo em competências técnicas-profissionais, direccionadas para as funções não substituíveis pela IA e valorizando programas de formação de base ou escalando a requalificação profissional.
Depois, a promoção do ensino de competências comportamentais e sociais, universalizando, o ensino e valorização de aprendizagens de soft skills. Com a promoção do ensino de competências digitais e computacionais, desenvolvendo, nos vários estádios educativos, uma visão das novas tecnologias e do seu impacto.
Este «pensamento computacional» proporcionará aos mais jovens níveis superiores de raciocínio estratégico e conceptual, capacidade acrescida de resolução de problemas, e consciência dos princípios que, hoje e no futuro, serão a base de funcionamento de praticamente tudo o que nos rodeia.
2. Desenvolver e escalar metodologias pedagógicas flexíveis, que aproveitem as novas tecnologias e despoletem percursos individualizados e eficazes – e suportem uma melhor aprendizagem ao longo da vida.
Neste desafio, a proposta é a promoção de um modelo de ensino por projectos, assente numa rede nacional de Escolas para escalar esta iniciativa. Depois, há que flexibilizar e individualizar processos de ensino/ aprendizagem, desenvolvendo projectos-piloto educacionais, num formato híbrido (presencial/ à distância) e recorrendo a utilização pedagógica da IA.
3. Redefinir o papel e competências para o professor, como facilitador das aprendizagens.
Aqui a proposta passa por um programa de valorização do papel de professor, com reformulação do seu perfil de competências, a sua preparação para ambientes de aprendizagem híbridos, utilização pedagógica da IA generativa e flexibilização de modelos, metodologias e horários. Tal pressupõe um upskilling dos docentes de todos graus de ensino com formação tecnológica.
4. Valorizar o papel das escolas nas aprendizagens e na inovação social, na promoção da cidadania e envolvimento na comunidade.
Neste desafio a proposta é a promoção de um novo contrato de autonomia das escolas, assumindo a generalização da autonomia curricular, do desenho dos projectos e roteiros formativos, possibilitando um maior alinhamento sociocultural com maior capacidade de inovação e um envolvimento da comunidade. A liberdade de escolha da escola por parte das famílias ajudaria a materializar estes modelos.
5. Acompanhar o ritmo da disrupção tecnológica em curso, criando processos de literacia digital, em renovação constante, para garantir a sua sustentabilidade – bem como o sentido crítico e ético indispensável na evolução destas áreas.
Aqui a proposta assenta na criação de espaços onde os alunos possam experimentar novas tecnologias digitais, com base num conceito de Escola-Empresa-Academia, que se assumem como uma nova geração de laboratórios de inovação. A par, a criação de um Observatório de Tecnologias Emergentes para sinalizar, de modo prospectivo, impactos diversos na empregabilidade para suportar decisões críticas.