Portugal é o segundo país da EMEA que mais pretende contratar até Dezembro. São estes os sectores e regiões que se destacam
Quase metade (46%) das empresas a prevê aumentar as suas equipas no próximo trimestre, face a 11% que antevê reduzir e a 41% que planeia manter o seu número actual de colaboradores. Os dados são apresentados no ManpowerGroup Employment Outlook Survey e reflectem assim uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +35% para o quarto trimestre do ano.
Este é um valor já ajustado sazonalmente e que simboliza uma subida de oito pontos percentuais face ao terceiro trimestre de 2023 e face ao período homólogo de 2022.
Estes valores posicionam Portugal cinco pontos percentuais acima da média global e 10 pontos percentuais acima da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). O país ocupa, assim, o segundo lugar desta região em termos de perspectivas de criação de emprego, a par dos Países Baixos e da África do Sul, e abaixo da Suíça, que apresenta a Projecção mais optimista, com 38%. A nível global, revela-se ainda como o quarto com o maior crescimento nas intenções de contratação, face à Projecção do trimestre passado.
Por sector
Os empregadores dos nove sectores analisados em Portugal esperam aumentar as suas equipas no quarto trimestre do ano, com oito destes sectores a apresentar intenções de contratação mais optimistas, quando comparadas com as do trimestre anterior e com o período homólogo de 2022. Transportes, Logística e Automóvel é o sector que apresentava as intenções de contratação mais dinâmicas, com uma Projecção para a Criação Líquida de Emprego de +49%. Não obstante, como as entrevistas aos empregadores foram realizadas no mês de Julho, este valor não traduz ainda o impacto que as semanas de interrupção de actividade na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, poderão trazer à criação de emprego deste sector.Com a segunda posição mais optimista encontra-se o sector das Tecnologias da Informação, com uma Projecção de +47%. Com este valor, os empregadores de tecnologia voltam a reforçar o sentimento de contratação relativamente ao trimestre anterior e ao período homólogo de 2022, com uma subida de três e nove pontos percentuais, respectivamente. O sector da Energia e Utilities avança igualmente com perspectivas animadoras quanto à criação de emprego, sinalizando uma Projecção vigorosa, de +46%, e que traduz um aumento considerável de nove pontos percentuais face ao trimestre passado.
Com uma Projecção de +38% encontram-se os sectores de Serviços de Comunicação, que inclui as Telecomunicações e os Media, e que apresenta um valor seis pontos percentuais acima do projetado no terceiro trimestre, dos Cuidados de Saúde e Ciências da Vida, que apresenta o maior crescimento em relação ao trimestre passado, com mais 32 pontos percentuais, e da Indústria Pesada e Materiais, que abrange os subsectores da Agricultura e Construção e que revela um crescimento considerável tanto face ao terceiro trimestre deste ano como em relação ao período homólogo de 2022, com um aumento de 15 e 13 pontos percentuais, respectivamente.
As empresas do sector das Finanças e Imobiliário avançam igualmente intenções de contratação robustas para o último trimestre de 2023. A Projecção para a Criação Líquida de emprego situa-se nos +33%, um valor 12 e oito pontos percentuais acima do estimado no trimestre passado e no quarto trimestre do ano passado, respectivamente.
A contraciclo encontra-se o sector dos Bens e Serviços de Consumo que, apesar de apresentar uma Projecção sólida, de +26%, decresce ligeiramente face ao terceiro trimestre de 2023 e ao quarto trimestre de 2022, com menos quatro e dois pontos percentuais, respectivamente.
Por região De norte a sul de Portugal, os empregadores de todas as regiões avançam com previsões optimistas de contratação para o quarto trimestre do ano, com apenas uma região a evoluir negativamente face aos meses de Julho a Setembro de 2023. Ainda assim, na comparação com o período homólogo de 2022, todas as regiões apresentam uma evolução positiva. A Região do Grande Porto é a que apresenta a Projecção para a Criação Líquida de Emprego mais próspera, a fixar-se nos +39%, o que se reflecte num crescimento de nove pontos percentuais face ao trimestre anterior e numa estabilização, relativamente ao período homólogo do ano passado, mantendo o valor. Seguem-se a Região Sul e a Grande Lisboa, com Projecções de +37% e +36%, respetivamente. No que diz respeito à primeira, a previsão demonstra um crescimento considerável, de nove pontos percentuais, face ao mesmo período do ano passado. Já na Grande Lisboa, o valor avançado pelos empregadores revela igualmente optimismo, tanto em relação ao trimestre passado como ao período homólogo de 2022, com uma subida de sete e 10 pontos percentuais, respectivamente. A Região Norte surge como a quarta com a Projecção mais robusta, a fixar-se nos +33%, sendo a que tem a evolução mais considerável comparativamente com o trimestre passado e com o mesmo período de 2022, ambos a registarem uma subida de 17 pontos percentuais. Por último, mas também com uma Projecção positiva, surge a Região Centro, com o valor de +17%. Contudo, este valor vem revelar uma descida considerável de 15 pontos percentuais face ao período de Julho a Setembro deste ano e uma estabilização face ao período homólogo de 2022, com um crescimento de apenas um ponto percentual. Por dimensão As quatro categorias de dimensão de empresa analisadas avançam com previsões de contratação positivas para o último trimestre de 2023, com apenas uma a assumir uma evolução negativa face ao período compreendido entre os meses de Julho a Setembro de 2023. Ainda assim, todas evoluem positivamente em relação ao período homólogo do ano passado. Com as previsões mais prósperas encontram-se as Pequenas e as Grandes Empresas, ambas com uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego de +38%. Seguem-se as Microempresas, com o valor de +36% e, por último, as empresas de Média Dimensão, com uma Projecção para o quarto trimestre do ano de +32%. As Pequenas e as Microempresas são as que apresentam uma maior evolução face ao trimestre passado, com um crescimento considerável de 19 e 18 pontos percentuais, respectivamente. A evolução relativamente ao mesmo período do ano passado é igualmente acentuada, com uma subida de 12 e 18 pontos. As Grandes Empresas apresentam uma trajectória idêntica, mas menos marcada, com a Projecção a aumentar em nove pontos percentuais face ao trimestre passado. Já as Médias Empresas evoluem em sentido oposto, com uma redução de seis pontos percentuais. A nível global A Projecção para a Criação Líquida de Emprego a nível global é de +30%, registando um crescimento ligeiro de dois pontos percentuais quando comparada ao trimestre passado. A Projecção reflecte ainda uma estabilização face ao mesmo período do ano passado, ao elevar-se em apenas um ponto percentual.
Todos os 41 países e territórios inquiridos apresentam perspectivas de contratação positivas, com 13 países a revelarem um abrandamento face ao trimestre anterior e 18 face ao mesmo período do ano passado.
A nível mundial, a Costa Rica avança com a Projecção mais optimista, de +41%, seguida do Brasil e da Suíça, ambos a fixarem-se nos +38%. Por outro lado, é na Argentina, República Checa e Japão que a Projecção é mais moderada, com um valor de +11% nos três países.Na Região EMEA, onde se situa Portugal, a Projecção para a Criação Líquida de Emprego é de +25%, situando-se apenas três pontos percentuais acima da registada no último trimestre.
O estudo trimestral do ManpowerGroup entrevistou mais de 38 mil empregadores, em 41 países e territórios.