Portugueses prevêem mudar de carreira em cinco anos
Um trabalho para toda a vida está a desaparecer. Mais de metade dos inquiridos portugueses prevêem mudar de carreira nos próximos cinco anos, de acordo com os últimos resultados do Kelly Global Workforce Index.
A principal causa desta mudança, apontada por 26%, é a procura de um melhor equilíbrio trabalho-vida pessoal, seguido pela necessidade de um rendimento mais elevado (24%), preocupação com o declínio da área de actividade (22%) e a mudança de interesses pessoais (15%).
Estas conclusões sobre os factores de escolha de carreira e de progressão na carreira fazem parte do estudo Kelly Global Workforce Index, que obteve a opinião de cerca de 97 mil pessoas em 30 países, incluindo quase 9 mil em Portugal.
“A constatação mais surpreendente é a de que um crescente número de pessoas está a considerar a hipótese de uma mudança de carreira e de um novo começo”, afirma Afonso carvalho, Country General Manager da Kelly Services. “Para a geração anterior, uma mudança de carreira teria sido encarada como um momento de crise. No entanto, hoje é vista como o reflexo de alterações na procura de diferentes competências e funções e de uma mudança nos interesses pessoais dos trabalhadores”, acrescenta.
Um sinal de que houve uma mudança de atitude face a uma interrupção na carreira é que aproximadamente três quartos (73%) dos entrevistados acreditam que, caso façam uma pausa para licença de maternidade/paternidade, doença ou uma licença sem vencimento, poderão retomar a sua carreira no mesmo nível.
Os resultados do estudo mostram que em Portugal:
• Os sectores nos quais os trabalhadores terão de enfrentar uma maior probabilidade de mudança de carreira são o Retail, a Educação e a Indústria Farmacêutica.
• Para determinar os elementos mais importantes na carreira de uma pessoa – a experiência ou a formação – a grande maioria (71%) nomeou a experiência, enquanto 27% citou a formação e 2% estão indecisos.
• A maioria dos inquiridos (64%) dizem que, ao procurar um emprego, o melhor indicador do talento de uma pessoa é a sua experiência de trabalho, seguida pelo seu desempenho na entrevista de emprego (16%), a formação (13%) e as suas referências de trabalho (6%).
• Mais de dois terços dos inquiridos (67%) dizem aspirar a uma posição de direcção, enquanto 20% não o desejam e 13% estão indecisos.
• A principal razão apontada para justificar a falta de expectativa em ascender a um nível directivo foram a formação/competências inadequadas, assinalada por 49%, seguida pela falta de ambição (23%) e o impacto no equilíbrio trabalho-vida pessoal (13%).
• 99% dizem ser “extremamente importante” ou “importante” que as qualificações e competências sejam actualizadas para progredir na carreira.