“Prefere ser trabalhador por conta de outrem ou por conta própria?”
São mais os que optariam por ser trabalhadores por conta própria, perto de metade (49%), enquanto 47% escolheriam ser trabalhador por conta de outrem.
Mas se são mais os que desejam, em teoria, ter o próprio negócio, a maioria indica que este pode não ser o melhor caminho. Ao contrário de Portugal, onde há um equilíbrio de respostas sobre o tipo de emprego, na União Europeia (UE), há mais cidadãos que preferem o estatuto de “empregado” (58%) ao de patrão (37%).
O inquérito foi feito a 42.080 cidadãos de 40 países (os 27 da UE e mais 13), sendo que em Portugal foram inquiridas mil pessoas. Os dados mostram que, face há três anos, há menos cidadãos – portugueses como outros europeus – que querem trabalhar por conta própria. Com a crise económica e financeira, as perspectivas comerciais são piores – “menos promissoras”, enquadra a Comissão Europeia – e isso reflecte-se nas preferências dos inquiridos.
No caso português, do universo que optaria por um emprego por contra própria, a maioria refere a independência como a principal motivação (55% das pessoas). A segunda razão, referida por 23%, tem que ver com a liberdade de escolha do horário e do local de trabalho; e a terceira vantagem, indicada por 16% dos inquiridos, é a expectativa de obterem rendimentos mais elevados. Razões que são também apontadas por esta ordem pelos outros inquiridos.
Estes dados devem, no entanto, ser lidos com cautela, já que são os próprios inquiridos que reconhecem, na sua maioria, que assumir a condução de um negócio pode na prática não ser a melhor opção em Portugal. Para 51%, o emprego por conta própria não é desejável, havendo neste grupo 26% a indicarem que “não é muito desejável” e 25% que apontam que “não é de todo desejável”. Do lado oposto estão 47% dos inquiridos (22% consideram este um cenário “muito desejável” e 25% “bastante desejável”).