Procura de crédito à habitação subiu no quarto trimestre do ano passado

A procura de empréstimos por parte de particulares aumentou no quarto trimestre de 2024, sobretudo no segmento da habitação e impulsionada pela descida das taxas de juro, confiança dos consumidores e regime fiscal, segundo um inquérito do Banco de Portugal (BdP).

De acordo com a última edição do “Inquérito aos Bancos sobre o Mercado de Crédito” do BdP, relativa ao último trimestre do ano passado, «o nível geral das taxas de juro e, em menor grau, a confiança dos consumidores e o regime regulamentar e fiscal do mercado da habitação» contribuíram para o aumento da procura de crédito à habitação.

Já no segmento do consumo e outros fins, a confiança dos consumidores contribuiu ligeiramente para o aumento da procura de empréstimos.

Para o primeiro trimestre deste ano, as perspectivas do banco central apontam para um novo aumento da procura de empréstimos no segmento da habitação e sem alterações no segmento do consumo e outros fins.

No que diz respeito às empresas, o BdP assinala que, no quarto trimestre de 2024, a procura de empréstimos se manteve «sem alterações, transversal a empresas de diferentes dimensões e a diferentes prazos do empréstimo».

O inquérito indica que «o recurso à geração interna de fundos como fonte de financiamento alternativa contribuiu ligeiramente para diminuir a procura de empréstimos por empresas».

Em sentido oposto, «o nível geral das taxas de juro e, no segmento das pequenas e médias empresas (PME), o refinanciamento/reestruturação e a renegociação da dívida e o financiamento do investimento contribuíram ligeiramente para o aumento da procura».

De Janeiro a Março deste ano, os inquiridos preveem um ligeiro aumento da procura de empréstimos por PME e por empréstimos de longo prazo.

Analisando a oferta de crédito no último trimestre do ano passado, os critérios de concessão de crédito estiveram «praticamente sem alterações no segmento das empresas (embora ligeiramente mais restritivos para PME) e no dos particulares para consumo e outros fins».

Já nos empréstimos a particulares para aquisição de habitação estiveram «ligeiramente menos restritivos».

«Nas empresas, os riscos associados à situação e perspectivas de empresas ou sectores de actividade específicos e a tolerância a riscos contribuíram ligeiramente para o aumento da restritividade», aponta o inquérito do BdP.

Por sua vez, nos empréstimos para aquisição de habitação, «a concorrência de outras instituições bancárias contribuiu ligeiramente para critérios menos restritivos», nota.

Sobre os termos e condições de crédito, o banco central registou uma «ligeira diminuição da taxa de juro praticada» nos empréstimos concedidos a empresas (transversal à dimensão da empresa) e para aquisição de habitação.

Neste último segmento de crédito, acresce ainda a «ligeira diminuição do spread aplicado nos empréstimos de risco médio», não se registando alterações nos empréstimos para consumo e outros fins.

De acordo com o BdP, no crédito a empresas e à habitação, os inquiridos indicaram que «a concorrência de outras instituições bancárias contribuiu ligeiramente para termos e condições menos restritivos».

Em sentido contrário, nos empréstimos a empresas, consideraram que «os riscos associados à situação e perspectivas de empresas ou setores de actividade específicos e a tolerância a riscos contribuíram ligeiramente para termos e condições mais restritivos».

No último trimestre de 2024, a proporção de pedidos de empréstimos rejeitados manteve-se inalterada no caso das empresas e registou um «ligeiro aumento» entre os particulares em ambos os segmentos de crédito.

Para o primeiro trimestre deste ano, os inquiridos estimam que os critérios de concessão se mantenham inalterados, tanto no crédito a empresas, como no crédito a particulares.

Ler Mais