Quais as competências que os colaboradores mais valorizam na liderança? E como classificam as suas?
De entre um conjunto de 15 qualidades possíveis numa liderança, a empatia foi a mais referida como necessária, sendo que 75% dos colaboradores a elegem como uma das principais competências de um líder. A seguir , as qualidades mais escolhidas são a assertividade, a orientação para os objectivos, seguidas da autenticidade e da energia positiva.
Estas são algumas das principais conclusões de um estudo junto de 268 colaboradores em Portugal, entre 18 de Setembro e 19 de Dezembro de 2022. O estudo, realizado por Sara Midões, especialista em Liderança Positiva e fundadora da Community, teve como objectivos compreender como é percebida a qualidade das lideranças em Portugal, medir o impacto da relação com as lideranças num conjunto de variáveis, bem como aferir a percepção dos indivíduos sobre atitudes e práticas positivas e empáticas das suas lideranças directas.
Quanto às práticas de liderança empática, de uma forma geral, a maioria dos inquiridos concorda que as suas lideranças directas as adoptam. Algumas práticas empáticas são, no entanto, mais generalizadas do que outras. No topo das mais reconhecidas como praticadas estão o interesse por saber a opinião da equipa (73%) e o estilo de comunicação empático e humano (71%).
Ainda assim, apenas 58% reconhecem que a sua liderança tenta colocar-se no lugar dos elementos da sua equipa e apenas metade reconhece que o seu chefe dedica tempo regular e exclusivo a cada pessoa.
A avaliação global da qualidade das lideranças directas é positiva com 62% dos respondentes a considerarem que é boa ou muito boa. A avaliação positiva das lideranças está concordante com a apreciação de que estas exercem no geral uma liderança empática (66%) e positiva (67%).
Esta avaliação positiva das lideranças directas é contrastada com a avaliação das lideranças de topo, com apenas 43% das pessoas a considerá-la boa ou muito boa e com mais de um terço (36%) a classificá-la como má ou muito má.
Como medida de promoção de melhores lideranças, quase metade (44%) dos respondentes escolheram duas iniciativas que as organizações podem lançar mão: escolher líderes em função das competências pessoais e interpessoais e dar formação em liderança.
«A empatia, tal como a liderança, são competências que se aprendem e que se podem desenvolver. Cabe às organizações tomar consciência da necessidade de envolver as lideranças de todos os níveis nos seus planos de desenvolvimento de competências, nomeadamente naquelas que são hoje consideradas as human skills», sugere a autora do estudo.