Quase todas as empresas já foram negativamente afectadas pelas alterações climáticas
O estudo CxO Sustainability 2022 da Deloitte mostra que quase todos os líderes C-Level (97%) afirmam que as suas empresas já foram negativamente afectadas pelas alterações climáticas, surgindo no topo os impactos operacionais.
A maioria manifesta a intenção clara de agir e garantir uma mudança, com cerca de dois terços a afirmarem estar muito preocupados, mas acreditando que, com acção imediata, os piores impactos das mudanças climáticas podem ser limitados.
Contudo, o estudo da Deloitte identifica uma desconexão entre o reconhecimento e ambição manifestados e a acção desenvolvida pelas empresas.
Embora todas as acções de sustentabilidade sejam importantes, a análise da Deloitte identificou cinco acções fundamentais que, especialmente quando tomadas em conjunto, demonstram um empenho mais profundo das empresas: (i) Desenvolvimento de novos produtos ou serviços mais sustentáveis; (ii) Exigir que fornecedores e parceiros de negócios adoptem medidas de sustentabilidade; (iii) Actualização ou realocação das instalações para torná-las mais resistentes aos impactos climáticos; (iv) Incorporar considerações climáticas em acções de lóbi e doações políticas; e (v) Indexação da remuneração dos líderes ao desempenho de sustentabilidade da empresa.
Apenas 19% implementou pelo menos quatro destas acções, sendo que 14% não implementou nenhuma delas.
De acordo com o estudo CxO Sustainability 2022 da Deloitte, sobre sustentabilidade climática a nível global, realizado com base numa pesquisa a 2083 executivos C-Level em 21 países do mundo, são poucos os líderes que apontam os factores financeiros como possíveis benefícios da adopção de acções de sustentabilidade.
No topo da lista de maiores benefícios estão o reconhecimento e reputação da marca (49%), a satisfação dos clientes (46%), o próprio combate às alterações climáticas (43%) e a moral e bem-estar dos colaboradores (42%).
O estudo CxO Sustainability 2022 da Deloitte contém, porém, dois sinais dominantes que demonstram uma maior predisposição das empresas para agir no combate às alterações climáticas, o reconhecimento do problema (89% reconhece estarmos perante uma emergência climática) e a pressão que sentem para agir (77%) por parte dos seus stakeholders (reguladores/governos, consumidores, sociedade civil, colaboradores, entre outros).