Randstad: O que mudou no mercado de trabalho?

Actualmente, enquanto os profissionais mantêm as suas prioridades, as empresas deparam-se com o desafio de atrair e reter talentos. A Randstad aborda algumas das tendências actuais e faz um balanço do mercado de trabalho desde a pandemia.

 

Nos últimos anos, ocorreram transformações profundas em diversas áreas, incluindo o mercado de trabalho, onde questões como a saúde mental e a conciliação entre vida pessoal e profissional foram trazidas para cima da mesa. «Foi um ano de mudança a todos os níveis e teve um reflexo muito grande no mercado de trabalho. Percebemos que o trabalho poderia ser feito e os objectivos poderiam ser cumpridos, mesmo que fosse remotamente. Ganhámos todos mais flexibilidade, mais bem-estar e até mais produtividade», refere Isabel Roseiro, Marketing & Communications director da Randstad Portugal, no que diz respeito à evolução do mercado.

De acordo com o mais recente Randstad Employer Brand Research, os profissionais continuam a dar primazia aos mesmos critérios na escolha de um empregador, mesmo após o período de pandemia. Salário e benefícios, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, ambiente laboral positivo, oportunidades de progressão de carreira e segurança no emprego continuam no topo da lista de prioridades.

Num mercado cada vez mais competitivo, as empresas enfrentam o desafio de atrair e reter talentos, sendo fundamental adoptar uma abordagem estratégica que leve em consideração as necessidades e prioridades dos profissionais. «Os talentos estão cada vez mais exigentes e cientes daquilo que querem. E numa altura de maior escassez de talento, as marcas empregadoras têm de garantir que oferecem aquilo que os profissionais mais valorizam», destaca a responsável. Para além dos aspectos mais tradicionais, como o vencimento e os benefícios, os profissionais estão também mais atentos ao «salário emocional », que engloba mais-valias como os programas de desenvolvimento profissional e oportunidades de formação.

 

Tendências e jovens
No que ao mercado de trabalho diz respeito, a Randstad entende que existe «uma diversidade geracional com potencial para tirar o melhor partido da forma de trabalhar, da experiência e do know-how de cada profissional». Ainda assim, a empresa sublinha que, actualmente, é um desafio tentar corresponder às expectativas de cada geração, bem como às respectivas necessidades.

A profissional explica que é uma tarefa desafiante «trabalhar a proposta de valor da marca para tentar chegar a todos estes diferentes grupos, com especificidades e critérios de valorização diferentes». Olhando em específico para as novas gerações, a directora de Comunicação e Marketing não dispensa falar de flexibilidade, já que se trata de um critério com cada vez mais peso na escolha de uma entidade empregadora. «Hoje, a flexibilidade já não é vista como um benefício, é quase um factor garantido, tal como o salário», alerta.

A título de exemplo, Isabel Roseiro recorre aos dados de um estudo do Workmonitor, publicado no início deste ano, para referir que «dois em cada cinco profissionais consideram o teletrabalho inegociável». Além disso, também chega à conclusão de que «a formação e o desenvolvimento têm uma importância cada vez maior para as gerações Z e Millenials, com 80% dos profissionais a valorizarem muito estas oportunidades de crescimento».

Já sobre as tendências da área dos Recursos Humanos para 2024, um estudo publicado pela Randstad no final do ano passado mostra que as empresas têm apostado, cada vez mais, em políticas de flexibilidade (56%); na melhoria dos benefícios oferecidos (49%); e no reforço da atractividade da empresa enquanto marca empregadora (44%).

Em relação aos benefícios mais valorizados pelos profissionais, as oportunidades de crescimento surgem no primeiro lugar (70%), seguidas da flexibilidade no trabalho (68%) e dos aumentos salariais (66%). A profissional fala num «desfasamento entre aquilo que as empresas oferecem e aquilo que é mais valorizado pelos profissionais», apelando às marcas empregadoras para trabalharem a sua proposta de valor, de forma a chegarem às pessoas certas.

Atracção e retenção de talento
«De nada serve comunicar uma proposta de valor se esta não for verdadeira e ajustada àquilo que as pessoas procuram e ao que a empresa pode oferecer», salienta a directora de Marketing & Comunicação da Randstad. Para isso, garante que é fundamental «conhecer o mercado e as exigências das pessoas para construir uma proposta de valor enquanto marca empregadora».

Além disso, também é necessário «apostar na valorização do talento com benefícios justos e com salários competitivos que permitam também reter o talento certo». Paralelamente, a profissional também lembra às empresas que devem «apostar em medidas de flexibilidade que permitam a conciliação entre a vida pessoal e profissional», além de reforçar o «desenvolvimento de planos de carreira e formação», já que é altamente valorizado pelos colaboradores e potenciais talentos.

A profissional revela que essas medidas têm sido implementadas a nível interno e reflectem, precisamente, aquilo que as pessoas da Randstad mais valorizam. «Queremos que a nossa proposta de valor seja justa e alinhada com as necessidades das nossas pessoas e acreditamos que assim conseguimos atrair e reter as pessoas certas», sublinha.

Em relação ao papel que os colaboradores assumem na comunicação da marca empregadora, a responsável defende que os colaboradores devem funcionar como uma espécie de embaixadores da empresa. «São eles mais do que ninguém que sabem o que significa ser Randstad. Disponibilizamos, através dos nossos canais, conteúdos e comunicações que podem ser utilizados por todos os nossos colaboradores nas suas partilhas, espelhando o orgulho que têm na marca que representam e, sobretudo, no orgulho que sentem pelo trabalho que desempenham diariamente e que faz verdadeiramente a diferença na vida das pessoas», explica. Prova disso, assegura, «são os reconhecimentos externos que a empresa tem vindo a receber: wellbeing awards, Top Employer e prémios cinco estrelas».

Por último, Isabel Roseiro refere que o trabalho desenvolvido, diariamente, junto dos candidatos espelha os princípios e a missão da Randstad. «O foco são as pessoas e o trabalho que fazemos tem um impacto muito grande na sua vida e na sociedade como um todo. Trabalhar na Randstad é uma experiência única não só pelo que oferecemos às nossas pessoas, mas pelo impacto e valor que criamos junto das pessoas com quem lidamos diariamente», conclui.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Employer Branding” publicado na edição de Maio (n.º 161) da Human Resources.

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