Renda de um estúdio em residência de estudantes na capital pode chegar aos 1600 euros
Segundo o estudo The Portuguese Momentum on Student Housing sobre o sector das residências de estudantes, divulgado pela CBRE Portugal, o mercado português tem vindo a registar um crescimento significativo e oferece ainda inúmeras oportunidades de negócio. As rendas têm também registado um aumento consistente sendo que no Porto um estúdio varia entre os 450 e os 900 euros e em Lisboa a renda desse mesmo estúdio começa nos 650 euros e pode ascender aos 1600 euros.
A taxa de ocupação situa-se em torno a 98%, o que em parte justifica as rendas acima descritas.
Para 2024 está previsto um investimento estrangeiro de 200 milhões de euros e neste valor considera-se já o processo de venda concluído da Home & Co. Campo Pequeno pela TPG/Round Hill Capital à Xior Student Housing. Esta operação assessorada pela CBRE representou um novo recorde em termos de preço por cama (152 mil euros).
Além da Xior Student Housing que detém uma elevada fatia do mercado português (1700 camas) o sector de PBSA conta ainda com outros cinco operadores principais que em conjunto com a Xior representam 77% da oferta total: Livensa Living (2500 camas), Nido (1500 camas), LIV Student (1200 camas), Micampus (1000 camas) e Odalys Campus (700 camas).
Analisando o detalhe da Taxa de Crescimento Anual Média (CAGR) desde 2020, conclui-se que o número total de estudantes internacionais aumentou 9.5% e o de estudantes nacionais 1.6%. As nacionalidades dos estudantes internacionais que ocupam o top 5 são a Brasileira, a Angolana, a Guineense, a Cabo Verdiana e a Francesa, sendo que deste ranking e quando comparado com 2023 saíram Alemanha e Itália.
José Maria Moutinho, head of Research na CBRE Portugal, comenta que «Lisboa é uma das cidades com menor oferta de PBSA em relação à procura na Europa, com uma taxa de aprovisionamento de 3,7% já considerando o pipeline previsto para os próximos dois anos. Por outro lado, o Porto, apesar de mais consolidado, apresenta também uma taxa de aprovisionamento de cerca de 6,6%, o que é ainda é uma percentagem muito baixa quando comparada com mercados mais maduros, nomeadamente, Amesterdão que regista 22%, Londres com 14,3% ou Dublin com uma taxa de aprovisionamento de 13,1%».
E acrescenta: «Neste momento, Portugal tem 11.250 camas operacionais e é esperado que nos próximos dois anos abram projectos de residências de estudantes que trarão mais 2600 camas ao mercado. Este é ainda um sector com imensas oportunidades.»
Apesar da taxa de aprovisionamento nacional (incluindo o pipeline para os próximos dois anos) ser de 3.1%, regionalmente encontramos algumas discrepâncias, onde as cidades de Aveiro, Braga e Coimbra são as que apresentam uma maior escassez de oferta e, por essa mesma razão, tornam-se polos de oportunidade, sendo que, actualmente, 82% do total da oferta se concentra em Lisboa e Porto.