Sandra Lourenço, Your People: «O programa Start permite às PME construírem percursos formativos personalizados para cada colaborador»
O programa Start, iniciativa da Your People, unidade de negócio do Grupo Your, foi desenvolvido e pensado para as PME. O leque alargado de competências e percursos personalizados para cada colaborador fazem com que o nível de satisfação das empresas esteja a ser bastante positivo, revela Sandra Lourenço, CEO da Your People e partner do Grupo Your.
Por Tânia Reis
Esta formação certificada pretende responder às necessidades específicas e desafios de cada empresa, independentemente do sector. Para isso, disponibilizam inúmeras áreas de formação, que vão desde competências técnicas – como literacia financeira ou transformação digital – a soft skills de liderança, gestão de equipas ou comunicação.
Lançaram em Abril o programa Start. Fale-nos sobre como surgiu e a quem se destina.
O programa Start foi criado com o intuito de ser uma iniciativa pioneira de formação certificada, desenvolvida e pensada para as PME. Desde o primeiro momento que percebemos que a nossa abordagem e soluções tinham de ser personalizadas, direccionando o programa para as necessidades específicas e desafios de cada empresa, independentemente do sector em que estejam inseridas.
Falo de inúmeras áreas de formação que vão desde competências técnicas – como literacia financeira ou transformação digital – a soft skills de liderança, gestão de equipas ou comunicação, em que a empresa pode criar diferentes percursos formativos adaptados aos vários departamentos e/ou colaboradores. Por outro lado, o Start é direccionado a todos os colaboradores dos mais diversos níveis hierárquicos das PME, porque acreditamos que todos os membros têm um papel crucial no seu sucesso e, é por isso, que as formações são pensadas para serem inclusivas, promovendo uma cultura de aprendizagem contínua.
Quanto aos objectivos, em primeiro lugar, aumentar a competitividade das PME, dando-lhes todas as ferramentas e conhecimentos necessários para que consigam enfrentar os desafios do mercado actual. Depois, sem dúvida, fomentar uma cultura de inovação e melhoria dentro das próprias organizações, de forma a capacitar os colaboradores para responder de melhor forma aos problemas do dia-a-dia. Sem esquecer também a promoção da sustentabilidade e responsabilidade social nestas empresas, ajudando-as a adoptar práticas mais ecológicas e socialmente responsáveis.
O programa Start é muito mais que uma mera iniciativa. É um compromisso de desenvolvimento que assumimos junto das PME.
Que resultados obtiveram até ao momento?
As empresas têm reagido muito bem a esta iniciativa, salientando o leque alargado de competências que podem seleccionar, construindo percursos personalizados para cada área da empresa e/ou colaborador. O nível de satisfação com o programa tem sido bastante positivo, sendo que estamos a preparar o lançamento da versão Start em E-learning para podermos aumentar a escala do programa.
Que temas versam a certificação certificada? Quais os temas mais procurados pelas PME?
O Start oferece uma ampla variedade de temas que cobrem áreas técnicas essenciais para o crescimento das PME, como a literacia financeira ou transformação digital. Com a transição para negócios mais digitais, as PME procuram, cada vez mais, programas de formação que lhes permita adaptarem-se às novas exigências do mercado, pois as empresas reconhecem a necessidade de estarem preparadas para um futuro totalmente digital.
A procura por formações focadas nas soft skills como a liderança e gestão de equipas, comunicação, gestão de emoções e conflitos também tem sido bastante elevada, na medida em que estas empresas reconhecem a importância de desenvolverem líderes e colaboradores adaptados à realidade actual, sendo competências cada vez mais essenciais para melhorar a dinâmica de trabalho e promover a produtividade.
De que forma contribui esta iniciativa para a inclusão e diversidade nas empresas?
Na Your People acreditamos que uma força de trabalho diversa e inclusiva é fundamental para a inovação, criatividade e, consequentemente, sucesso a longo prazo. Assim, as formações do programa Start foram desenvolvidas para serem transversais a qualquer colaborador, independentemente do seu nível hierárquico, background ou localidade. Falo de criar estratégias para ambientes de trabalho inclusivos, reconhecer e combater preconceitos ou promover a equidade. Aprender a gerir equipas, valorizar perspectivas e compreender a importância da inclusão e diversidade, tanto internamente, como na relação com stakeholders.
Através do programa Start conseguimos ajudar as PME a compreenderem e valorizarem os benefícios – tangíveis – da inclusão e da diversidade. Empresas que reúnam estes requisitos estão mais perto de reter os seus colaboradores, melhorar o seu desempenho financeiro e fomentar uma reputação positiva no mercado.
Encorajamos as empresas a verem a diversidade não apenas como um cumprimento de normas sociais, mas como um activo estratégico que pode impulsionar o crescimento e a inovação.
E que importância assume na atracção e retenção de talento?
Este programa está desenvolvido para ter um papel crucial na retenção e atracção de talento nas PME. Oferecer uma formação certificada demonstra o quão a empresa valoriza o desenvolvimento pessoal e profissional dos seus colaboradores, tornando-a mais atraente no mercado. Empresas que investem em formação contínua constroem uma reputação de excelência que consequentemente atrai pessoas que procurem trabalhar em organizações com as melhoras práticas de gestão.
Também do lado de quem trabalha, o programa Start oferece uma variedade de cursos que permitem aos colaboradores melhorar as suas competências tanto a nível pessoal como profissional o que permite aumentar o seu compromisso e satisfação no trabalho.
A seu ver, as empresas estão mais atentas e começam a investir mais na formação e capacitação das suas pessoas?
Sem dúvida, repare, o investimento no capital humano é fundamental para o sucesso a longo prazo e competitividade das PME no mercado, nacional e global. O ritmo da evolução tecnológica e do próprio mercado de trabalho exige que as empresas mantenham equipas actualizadas e, especialmente as PME, reconhecem que investir na formação é fundamental para conseguirem acompanhar estas mudanças. Porque isto possibilita que estejam na linha da frente para aproveitar oportunidades de negócio, desenvolvendo uma vantagem competitiva significativa.
Investir na capacitação dos colaboradores é uma estratégia de longo prazo que garante a sustentabilidade empresarial. A construção de uma base sólida de conhecimento e competências é crucial para suportar o crescimento de uma organização. Ao mesmo tempo, esta formação, permite às empresas alinharem o desenvolvimento das competências dos seus colaboradores com os objectivos estratégicos da organização.
É preciso compreendermos que a formação e capacitação é uma estratégia essencial de qualquer empresa que procure prosperar no ambiente dinâmico e competitivo que hoje vivemos.
Quais os principais desafios de hoje na Gestão de Pessoas?
Os desafios que hoje existem são precisamente aqueles que procuramos responder através do programa Start. Desde a adaptação às novas tecnologias que exige a quem gere um investimento em formação contínua, à promoção de uma cultura de inclusão onde todos os colaboradores se sintam valorizados e respeitados. Também ao nível da saúde mental que exige por parte dos gestores a adopção de medidas de bem-estar, como horários flexíveis ou o acesso a serviços de saúde mental.
Outro desafio que acho fundamental está relacionado com as lideranças. Precisamos de preparar os futuros líderes, dotá-los da capacidade para gerir mudanças de forma eficaz, manter e cultivar uma cultura empresarial forte e positiva e, acima de tudo, dotá-los da capacidade para compreenderem que políticas de trabalho flexíveis e o apoio à vida pessoal dos colaboradores são fundamentais.
Que tendências prevê para o futuro nesta área?
O uso da IA para recrutamento, gestão de desempenho e análise de como os colaboradores se sentem é uma tendência que certamente irá crescer. Aliado a este facto, a automação de tarefas repetitivas permitirá que os profissionais de Recursos Humanos se foquem em actividades de maior valor, a título de exemplo, do desenvolvimento de talentos e estratégias de bem-estar para os colaboradores.
O aumento das preocupações com a saúde mental é outra das prioridades que ganhará ainda mais relevo no futuro. As empresas investirão mais em programas de apoio à saúde mental, incluindo o acesso a terapeutas, linhas de apoio e políticas que promovam um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal, como horários flexíveis e licenças remuneradas.
Uma das tendências mais relevantes para o futuro é a procura de um equilíbrio cada vez maior entre vida pessoal e profissional. As novas gerações que chegam ao mercado de trabalho exigem uma maior flexibilidade na utilização do teletrabalho, na definição clara das responsabilidades ou uma política de responsabilidade social ao nível dos valores e do propósito da empresa e da marca que se pretendem que sejam sentidos na forma como a organização enquadra, exige, forma e retribui, o trabalhador e a comunidade.
Hoje não basta um salário, são necessárias diferentes formas de retribuição e de envolvimento porque só colaboradores felizes estão dispostos a dar o seu máximo.