São estas as funções mais bem pagas em Portugal em Gestão de Pessoas. Saiba também as que têm piores salários
A Adecco divulgou o seu Guia Salarial da área de recrutamento especializado, para o sector dos Recursos Humanos, para este ano, no qual apresenta uma análise detalhada das tendências salariais, em Lisboa e no Porto, para as várias funções dentro destes sectores. É também referido quais as competências e benefícios mais valorizados, bem como as perspectivas do mercado de trabalho.
O sector dos Recursos Humanos encontra-se em bastante competitivo e dinâmico, reflectindo-se em salários competitivos para atrair e manter os melhores profissionais. Assim, as funções com os salários mais altos incluem:
- Director de Recursos Humanos, com salários variando entre €35,000 e €75,000 em Lisboa e entre €35,000 e €70,000 no Porto
- Compensation & Benefits manager, cujos salários vão de €35,000 a €63,000 em Lisboa e de €26,000 a €53,000 no Porto.
Por outro lado, as com os salários mais baixos incluem:
- Técnico de payroll, com salários entre €19,600 e €30,000 em Lisboa e entre €18,000 e €27,500 no Porto;
- Recruiter, que ganha entre €21,000 e €35,000 em Lisboa e entre €21,000 e €30,000 no Porto.
Desta forma, este estudo foi desenvolvido em resposta aos desafios persistentes enfrentados desde 2023, incluindo a inflação elevada, a crise energética mundial e as políticas restritivas dos bancos centrais, factores esses que têm contribuído para uma desaceleração do crescimento económico global, prevendo-se uma redução de 3,5% em 2022 para 3% em 2023 e 2024. Neste contexto, as empresas enfrentam dificuldades significativas na atracção e fidelização de talentos, exigindo estratégias robustas para superar esses obstáculos.
O guia identifica cinco tendências fundamentais às quais os líderes devem estar atentos. Em primeiro lugar, há um défice de competências persistente, com 38,5% dos candidatos a acreditarem que os empregadores têm requisitos irrealistas, enquanto seis em cada 10 trabalhadores precisarão de uma atualização de competências até 2027.
A dimensão da Great Resignation continua a ser uma variável incerta, com 26% dos colaboradores a indicarem que pretendem mudar de emprego no espaço de 12 meses, sublinhando a necessidade de melhores estratégias de retenção de talentos.
O trabalho híbrido, por sua vez, mantém-se como uma tendência forte, com 39% dos profissionais a trabalharem num ambiente híbrido até ao final de 2023, reflectindo a procura por um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
O fenómeno do ghosting no mercado de trabalho também se destaca, com 62% dos trabalhadores a relatar terem sido alvo de ghosting por parte dos empregadores e 25% dos candidatos a emprego a admitirem ter praticado ghosting. Por fim, observa-se um crescimento do unretirement, com mais pessoas entre os 50 e os 64 anos a regressar ao mercado de trabalho, impulsionadas pela escassez de mão-de-obra e pela inflação.
Desta forma, como resposta a estas perspectivas, são também sugeridas, neste estudo, várias estratégias para criar uma base de colaboradores orientados para o futuro, no qual é crucial destacar as competências, especialmente digitais e comportamentais, com 53% dos trabalhadores a afirmar que a sua função exige formação especializada.
Manter uma comunicação aberta e regular com candidatos e colaboradores é fundamental para a fidelização de talentos, assim como a aceitação do trabalho flexível. Por último, mas igualmente importante, é essencial acolher colaboradores mais seniores, proporcionando formação adequada e oportunidades de desenvolvimento de competências, aproveitando a vasta experiência e enriquecendo a força de trabalho com diversas perspectivas.