Tem dificuldade em gerir o tempo de ecrã (seu e dos seus filhos)? Ordem dos Psicológios lançou um nova ferramenta

A Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) disponibilizou uma ferramenta para pais, professores e cuidadores de crianças e idosos sobre o uso, vantagens, perigos e cautelas a serem tidas em relação ao uso de ecrãs, seja de forma passiva ou activa. Se por um lado existem benefícios – inclusive a nível de aumentar a cognitividade -, por outro podem causar a sua detioração e ter impactos na saúde mental.

 

De acordo com a OPP, uma boa gestão do tempo de ecrãs, dos conteúdos que escolhemos consumir e o uso apropriado das tecnologias digitais ajuda-nos a tirar o melhor partido dos seus benefícios, a reduzir os riscos emocionais e práticos e a protegermo-nos, e aos outros, contra os perigos que de um mau uso das tecnologias.

O uso da tecnologia pode assim ser saudável ou um perigo, dependendo das causas, horas e assuntos que consumimos. Os riscos do uso de ecrãs parecem, de modo geral, relacionados com o tempo excessivo de utilização, em detrimento da realização de outras actividades longe de ecrãs, com a diminuição da qualidade das interações com adultos e pares e, ainda, com aquilo que se vê e faz online, e as suas consequências.

Um dos temas que gera, frequentemente, inquietações e perguntas é, precisamente, o da utilização de ecrãs e tecnologias digitais por crianças e jovens.

Que limites impor? Que regras criar? O que é um tempo de utilização saudável e equilibrado? Proibir, a crianças e jovens, completamente e de forma indiscriminada o uso de tecnologias pode ter o efeito contrário àquele que desejamos, ou seja, a superproteção e a proibição podem deixar as crianças e os jovens mais curiosos e levar a comportamentos como a utilização das tecnologias às escondidas, não beneficiando do apoio e monitorização que lhes poderíamos dar.

O guia revela que algumas das consequências mais prejudiciais do uso excessivo de ecrãs podem resultar em dificuldades na expressão e regulação de emoções. O uso excessivo dos ecrãs pode também refletir-se em comportamentos aditivos, tal como acontece com o uso excessivo de álcool, tabaco ou outras drogas. É possível ficar-se adicto a videojogos, a encontros online, a jogos de apostas online ou, simplesmente, às Redes Sociais.

Por outro lado, uma saudável utilização das tecnologias pode trazer benefícios, inclusive nos primeiros anos de vida: a exposição a uma língua estrangeira em atividades em ecrãs, por exemplo, ver séries ou jogar videojogos, podem auxiliar a aprendizagem dessa língua; certos videojogos, quando jogados de forma moderada e ao longo do tempo, podem promover a resolução de problemas e aumentar a criatividade.

Num país onde existem mais de 17 milhões de smartphones activos, a sua utilização pode ser boa, má ou uma verdadeira vilã. Em Portugal, alguns dos números relativos ao uso de tecnologias, smartphones e redes sociais são: 90% das crianças e adolescentes, entre os 9 e os 17 anos, utiliza o smartphone todos os dias; 73, 6% dos jovens até os 24 anos utilizam as Redes Sociais para fugir a emoções desagradáveis; 64,5% das crianças e adolescentes utiliza o smartphone como atividade de tempos livres, mais do que ouvir música (51,8%), estar com amigos (31,9%), praticar um desporto (19,8%), ler um livro (9,7%) ou ver televisão (8,9%); 43,5% das pessoas – jovens, adultos e adultos mais velhos – utiliza a Internet como forma de “escape” ou para aliviar o seu estado psicológico; 78,5% da população portuguesa utiliza Redes Socias, ou seja, cerca de 7.8 milhões de pessoas.

Este guia pretende ser um manual para todos, com evidência científica e guias para uma utilização saudável da tecnologia, redes sociais e jogos online. Pode aceder ao manual completo, de forma gratuita, aqui.

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