Teme que o seu emprego seja substituído pela IA? São estes os grupos de trabalhadores que correm maior risco

Segundo o relatório da Fundação José Neves sobre “O Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências em Portugal”, em Portugal, as mulheres e os trabalhadores com níveis de educação mais elevado são os grupos em que a IA poderá ter um impacto maior. Em ambos os casos, a percentagem de trabalhadores que apresentam uma exposição elevada à IA e cujas tarefas podem ser substituídas pela IA é superior.

O impacto da IA no mercado de trabalho é complexo, multifacetado e implica novos desafios, mas também oportunidades. A exposição à IA remete para a probabilidade das actividades que os trabalhadores realiza poderem ser substituídas (vulnerabilidade elevada) ou complementadas pela IA (vulnerabilidade baixa).

No caso das mulheres, 15,1% estão em profissões de vulnerabilidade elevada e 5,9% em profissões com vulnerabilidade baixa. Para os homens, estes valores são de 9,4% e de 6,5%, respectivamente. Em termos etários, o grupo com maior vulnerabilidade elevada está na faixa dos 25 aos 34 anos, onde a onde a percentagem de trabalhadores nessa categoria é de 14,7%.

A análise da vulnerabilidade por nível de remuneração mostra que são os trabalhadores com salários acima dos dois mil euros quem poderá estar mais vulnerável aos desafios trazidas pela IA. Neste grupo, 24,3% têm exposição elevada à IA, e a sua utilização pode aumentar significativamente a sua produtividade (vulnerabilidade baixa), mas 26,3% estão em profissões de vulnerabilidade elevada, em que poderão ver as suas tarefas substituídas pela IA.

Uma análise sectorial demonstra que são os trabalhadores no sector das Actividades financeiras e de seguros, das Actividades de informação e de comunicação e das Actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares que apresentam maior vulnerabilidade.

Já no sector da Educação, a IA apresenta-se com o índice de complementaridade mais elevado, com 25,7% do emprego na categoria de “Vulnerabilidade baixa”.

O estudo revela que 51% dos dirigentes e gestores pertencem ao grupo de elevada exposição e complementaridade à IA (vulnerabilidade baixa), com as ferramentas da IA a potenciarem o seu desempenho profissional

No mesmo sentido, estão os profissionais das actividades intelectuais e científicas, onde 29% pertencem ao grupo mais exposto à IA, mas também mais complementar. Porém, neste último grupo profissional, 30% estão em profissões de elevada vulnerabilidade, em que poderão ver as suas tarefas substituídas pela IA.

No sentido inverso, os trabalhadores dos grupos profissionais “Pessoal administrativo” (36%) e “Técnicos e profissões de nível intermédio” (30%) são aqueles para quem a IA potencialmente tornará o seu emprego mais vulnerável, mais passível de ser substituído.

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