Universidades antecipam quebra da cooperação com as empresas na sequência da pandemia

A pandemia vai ter um forte impacto económico, tanto no que diz respeito às matrículas como às necessidades acrescidas de infraestruturas das universidades. Neste sentido, 70% das instituições esperam que os seus programas educativos sejam híbridos, presenciais e online, a partir de agora. A conclusão é do inquérito “Resposta das lideranças à COVID-19”.

 

O inquérito foi feito pelo Banco Santander, em conjunto com a Associação Internacional de Presidentes Universitários (IAUP) a mais de 700 reitores universitários de 90 países, entre os quais Portugal.

Mais de 73% das instituições antecipam quebras futuras nos seus rendimentos, enquanto 59% esperam reduções na inscrição de estudantes e 49% preveem novos desafios na angariação de fundos. Este padrão é visível em todas as regiões onde o inquérito foi realizado.

O mesmo inquérito revela que 45% dos dirigentes académicos prevê a necessidade de aumentar o apoio financeiro a alunos e de um maior investimento em infraestruturas relacionadas com a capacidade tecnológica das universidades, sendo também indispensável promover o desenvolvimento de programas de educação contínua, assim como o apoio à empregabilidade dos estudantes e ao empreendedorismo.

Se na América e na Europa, a prioridade é uma maior necessidade de apoio financeiro aos estudantes, para os líderes das universidades da Ásia e da Oceânia está mais focada no investimento em infraestruturas e, em África e no Médio Oriente, em programas que promovam a empregabilidade de estudantes e licenciados.

O inquérito indica ainda que 37% das instituições dizem estar preparadas para reagir à COVID-19.

A pandemia está a afectar profundamente a colaboração das universidades com o sector empresarial, com 56% dos estabelecimentos de ensino a anteciparem uma queda nesta cooperação.

Os reitores parecem estar, pelo menos temporariamente, focados num amplo modelo de internacionalização, expandindo os seus programas de “mobilidade virtual” e sublinhando a importância de parcerias entre instituições de ensino.

As principais preocupações são o sucesso académico dos estudantes (68%), a sustentabilidade financeira das instituições (57%), a metodologia para manter os alunos envolvidos (51%), a inclusão (49%) e a redução de matrículas de estudantes (44%).

A maioria das instituições indica estarem mais focadas na resolução dos problemas actuais (47%) do que em reestruturarem-se (49%) ou reinventarem-se (36%). Isto aplica-se a todas as regiões onde o inquérito foi realizado.

Os reitores veem o futuro académico com uma clara tendência para modelos de formação que combinam online (67%), híbrida (70%) e presencial (71%) ou métodos alternativos (66%).

O inquérito foi dividido em três blocos: “Reacções iniciais, focadas no primeiro semestre de 2020”, “Preparação para o ciclo 2020-2021, imediatamente após o início do período académico do Outono” e “Perspectiva para o futuro, com um âmbito de três anos a partir de agora”.

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