Várias regiões do planeta podem ultrapassar três graus de aquecimento até 2060

Várias regiões do planeta poderão ultrapassar os três graus celsius (°C) de aquecimento até 2060, segundo um estudo divulgado que alerta para a probabilidade de os limiares regionais de aquecimento serem atingidos mais rapidamente do que estimado anteriormente.

 

O estudo, publicado na revista “Environmental Research Letters”, prevê que a maioria das regiões terrestres (como definidas pelo Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas – IPCC), ultrapassará provavelmente o limiar crítico de 1,5°C até 2040 ou antes.

O limite de 1,5ºC de aquecimento global acima dos valores médios da era pré-industrial (genericamente considerada como anterior a 1850) foi entendido em 2015, no Acordo de Paris sobre redução de gases com efeito de estufa, como o ponto a partir do qual as alterações climáticas se tornam generalizadas, irreversíveis e com consequências severas.

Da mesma forma, várias regiões estão em vias de ultrapassar o limiar de 3°C até 2060, mais cedo do que o previsto em estudos anteriores.

Regiões como o sul da Ásia, o Mediterrâneo, a Europa Central e partes da África Subsariana deverão atingir estes limiares mais rapidamente, agravando os riscos para os ecossistemas e comunidades vulneráveis.

Os investigadores analisaram dados de 10 modelos climáticos diferentes para prever aumentos de temperatura e descobriram que 34 regiões são suscetíveis de exceder 1,5°C de aquecimento até 2040, das quais 31 poderão atingir 2°C de aquecimento até 2040.

O estudo prevê ainda que 26 dessas 34 regiões ultrapassem os 3°C de aquecimento até 2060.

Noah Diffenbaugh, coautor do estudo e professor na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, afirmou que é importante o foco não só no aumento da temperatura global, mas também nas alterações específicas que ocorrem em zonas locais e regionais.

«Ao determinar quando serão atingidos os limiares regionais de aquecimento, podemos prever mais claramente quando ocorrerão impactos específicos na sociedade e nos ecossistemas», disse.

A investigação, conduzida por Elizabeth Barnes, professora da Universidade do Estado do Colorado, Noah Diffenbaugh, professor da Universidade de Stanford, e Sonia Seneviratne, professora da ETH-Zurich (Universidade na Suíça), utilizou inteligência artificial para analisar vários modelos climáticos e observações para aperfeiçoar estimativas anteriores e fornecer previsões regionais mais exatas.

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