Desinvestimento no capital humano está a fragilizar empresas nacionais

Maior estabilidade emocional, resiliência e melhores redes de contactos no mercado são mais-valias dos trabalhadores mais experientes que 89 por cento das empresas valorizam, segundo dados da 3ª edição do Barómetro Internacional de Recursos Humanos.

O estudo, apresentado pelas consultoras SDO Consultoria e OptimHom refere que, apesar deste reconhecido valor, 63,8 por cento das empresas inquiridas desperdiçam o capital de conhecimento dos colaboradores mais experientes.

O Barómetro, aplicado em 18 países de todo o mundo, entre os quais Portugal, indica também que em 78 por cento das organizações predomina a ideia de que os colaboradores mais experientes são mais caros, factor que muitas vezes coloca este grupo na primeira linha de cortes com pessoal, sobretudo em contexto de crise económica.

O Barómetro, realizado pelo terceiro ano consecutivo, conclui ainda que os departamentos de Recursos Humanos diminuíram a capacidade de trabalhar ao nível da planificação de carreiras, melhoria do desempenho dos colaboradores ou no apoio às chefias na gestão das suas equipas. Se em 2011, apenas um quarto dos profissionais tinha como principal ocupação tarefas do dia-a-dia, em 2012, 50 por cento dos inquiridos a nível mundial afirma despender a maior parte do seu tempo em tarefas operacionais, relegando para segundo plano a gestão de talentos, a formação contínua e as estratégias de motivação dos colaboradores.

Para Susana Carvalho, Partner da SDO Consultoria, “o desinvestimento no capital humano está a fragilizar as empresas nacionais. Em poucas empresas existe uma estratégia de passagem de conhecimento para os mais jovens o que sobrecarrega as chefias e poderá enfraquecer as competências das empresas, com reflexo directo na competitividade e, em última análise, na sobrevivência de parte do nosso tecido empresarial”.