Em 2012 já fecharam 14 mil empresas
O ritmo de extinção de sociedades disparou 33% até Setembro, face ao mesmo período de 2011. O comércio, a promoção imobiliária e a restauração são os mais afectados.
Segundo a edição de hoje do jornal “Público”, mais de 14 mil empresas encerraram nos primeiros nove meses deste ano, sobretudo nos sectores do comércio, promoção imobiliária e restauração. Face a 2011, trata-se de uma escalada de 33% no ritmo de dissolução de sociedades. Isto ao mesmo tempo que a criação de novos negócios desacelerou, apresentando um recuo de 15% para um total de 22 mil. Ainda assim, o saldo líquido mantém-se positivo este ano, apesar de ter caído para praticamente metade do registado em 2011.
Os dados cedidos ao “Público” pelo Ministério da Justiça mostram que, entre Janeiro e Setembro, foram extintas 14.458 empresas em Portugal. Este número compara com os 10.097 registos de 2011, aproximando-se mais dos valores de 2010 (14.782 dissoluções). A diferença face a este ano é o aumento do peso dos encerramentos reais.
Há dois anos, as extinções feitas internamente pelos serviços atingiram 5755 empresas, ou seja, quase 40% do total. O mesmo já não se verifica este ano, uma vez que o número de “sociedades-fantasma” registadas nos ficheiros tem vindo a diminuir. Entre Janeiro e Setembro de 2012, houve 2967 encerramentos oficiosos, o que representou apenas 21% do total de dissoluções.
Todos os restantes encerramentos foram pedidos voluntariamente pelas empresas, entrando para esta contabilização os negócios que entram em falência ou que fecham por ausência de sucessores, por exemplo. As insolvências colectivas, que chegaram a 4727 nos primeiros nove meses do ano, só são incluídas quando o processo termina em liquidação (o que acontece em 99% dos casos).
Os dados do Ministério da Justiça mostram, por outro lado, que o ritmo de abertura de novas sociedades caiu 33% entre Janeiro e Setembro, tendo sido inaugurados 22.095 negócios neste período. Trata-se de uma redução de quase quatro mil empresas, em termos absolutos, face a 2011. Este recuo de 15% na criação de sociedades penalizou o saldo líquido dos primeiros nove meses do ano, que se fixou em 7637.
Na lista dos sectores mais afectados por extinções têm surgido, ao longo dos anos, exactamente as mesmas áreas de actividades que mais empresas criam. Este ano, a tendência está a repetir-se. O comércio a retalho lidera o ranking das dissoluções, com 2894 registos até Setembro, ao mesmo tempo que é o que mais novos negócios abre, num total de 1702.
O mesmo acontece com o comércio por grosso segundo na lista dos encerramentos (com 2119) e terceiro no da criação de empresas (1107). No campo das aberturas, o segundo lugar é ocupado pelas actividades imobiliárias, sector em que foram constituídas 1634 sociedades. Já os encerramentos atingiram um total de 2035, sendo superados pelos da restauração (2105).