AICEP já pagou 40 milhões de euros de incentivos durante o Estado de Emergência
Em tempo de crise, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) anunciou um conjunto de medidas para apoiar as empresas, nomeadamente um pacote dedicado ao comércio electrónico.
Ao “Jornal de Negócios”, Luís Castro Henriques, presidente da AICEP, admitiu que as empresas têm pedido o apoio deste organismo público «muitas vezes» durante a pandemia de Covid-19. Umas porque não têm negócio ou estão com problemas logísticos e outras para pedir informações.
Na AICEP, os processos de angariação mantiveram-se, assim como o acompanhamento dos contratos de investimentos e o apoio às exportadoras. Quanto à situação dos mercados e fronteiras, está a fazer-se uma actualização semanal sobre o que se está a passar em 34 mercados. Através destas informações, as empresas conseguem perceber se já podem operar e onde.
De acordo com o presidente deste organismo público, já foram pagos mais de 40 milhões de euros de incentivos durante o Estado de Emergência. «É um ritmo muito elevado», salientou, acrescentando que foi necessário reforçar a equipa para operacionalizar esta medida.
A AICEP criou, entretanto, três task forces. A capacitação é um ponto essencial. Castro Henriques explicou que numa delas o objectivo é dar apoio, ao nível da rede externa, de qualificação e identificação de fornecedores para o Serviço Nacional de Saúde (SNS), a pedido do Infarmed. Esta iniciativa começou, aliás, ainda antes de o Governo ter decretado o Estado de Emergência.
Este organismo está também a prestar apoio a todas as empresas que estão a fazer a reconversão da produção para bens e materiais necessários no âmbito da crise pandémica, nomeadamente equipamentos de protecção individual, para assegurar que certificam os produtos. Para tal, a AICEP faz a ponte com entidades como o Infarmed, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica e outras entidades do SNS, havendo já mais de 13 empresas certificadas.
Relativamente ao agroalimentar, a AICEP está a detectar lacunas de mercado lá fora que possam ser colmatadas por empresas nacionais e uma terceira equipa está a fazer o encontro entre oferta e procura de operadores logísticos, determinados tipos de transportes e abastecimento para países onde houve disrupções de grande dimensão.
«Estamos cá para tentar ser o máximo de ajuda para preparar o melhor possível as empresas para a retoma», vincou o presidente da AICEP, que entende que «é preciso que isto volte a abrir e tentar continuar a trabalhar», afirma Castro Henriques.