Comércio e Indústria. Mais de 16% das empresas não vão pagar salários de Abril

Com a pandemia da COVID-19 a exercer uma forte pressão sobre o tecido empresarial, agilizar processos, flexibilizar as condições de acesso às linhas de apoio e garantir uma maior eficácia são as medidas que mais urge concretizar, segundo apurou o terceiro barómetro da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP).

 

Segundo o gabinete de crise criado pela instituição liderada por Bruno Bobone, a queixa mais recorrente entre os empresários é a demora dos apoios a chegar, efectivamente, às suas mãos, sendo certo que se não chegarem rapidamente “a economia vai morrer”, alertam.

Segundo o inquérito, mais de três quartos (77,5%) sentem o impacto mais negativo nas vendas no mercado nacional e mais de metade se queixam de falhas ao nível da tesouraria.

Assim, 16,2% reconhecem já que não conseguirão pagar salários e impostos relativos a este mês de Abril, e 87% das pedem a diminuição das restrições para promover a retoma económica. Uma percentagem expressiva admite mesmo que não resistirá mais de 30 dias sem receber um apoio para as necessidades de tesouraria.

Ao gabinete de crise criado pela CCIP em colaboração com o Ministério da Economia e Transição Digital, desde o dia 7 de Abril chegaram mais de 400 pedidos de ajuda (com uma taxa de reposta de 96% da estrutura que visa esclarecer dúvidas relativas às linhas de apoio do governo e questões jurídicas, nomeadamente, no âmbito do direito fiscal e laboral), queixas que revelam as principais dificuldades e necessidades das empresas e que o gabinete tem reportado ao Ministério da Economia.

Este inquérito, contemplando também a perspectiva de regresso à actividade económica, revela uma realidade particularmente preocupante. De portas fechadas e sem tesouraria, com a burocracia e o atraso nas linhas de apoio e em medidas como o lay-off simplificado, as empresas não poderão sequer sobreviver à fase de confinamento.

Fonte: Executive Digest

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