João Couceiro, Savills Portugal: «As políticas de inclusão são, além de importantes, fundamentais para um percurso profissional bem-sucedido»

Em Novembro de 2021, João Couceiro, Investment Associate da Savills Portugal, sagrou-se vice-campeão nacional de ténis em cadeira de rodas. Nessa caminhada, o atleta contou, desde a primeira hora, com o apoio da Savills Portugal. 

Por Sandra M. Pinto

Em entrevista à Human Resources, João Couceiro falou sobre a importância deste apoio, revelando outras iniciativas da empresa «que tem vindo a implementar uma politica de promoção da inclusividade e de apoio ao bem-estar dos seus colaboradores».

Como é que o ténis entrou na sua vida?
Em 2017, num evento de divulgação de padel adaptado no qual estava a participar, conheci uma pessoa que praticava ténis em cadeira de rodas que me convidou para experimentar a modalidade. Após um primeiro contacto, percebi que o “bichinho tinha mordido” e que era algo que gostaria de levar mais a sério. Até esse momento, não praticava desporto de forma regular.

Sagrou-se recentemente vice-campeão nacional de ténis em cadeira de rodas. Quais os maiores desafios que teve de ultrapassar?
O facto de treinar diariamente, ou antes ou depois do trabalho, de ter praticamente todos os fins-de-semana ocupados com torneios nacionais ou internacionais, faz com que o tempo dedicado à família e amigos não seja tanto quanto o desejável. Além disso, o ténis é um desporto com uma componente mental muito forte, tão ou mais importante que a parte física, e gerir essa parte é, na minha opinião, um dos maiores desafios.

Teve o apoio da Savills Portugal?
Sim, desde que souberam que praticava ténis, perguntaram de que forma poderiam contribuir para que eu fosse “um campeão”. Essa contribuição que me têm dado foi, e continua a ser, fundamental para o meu crescimento enquanto atleta.

Há quanto tempo está na Savills?
Estou na Savills há praticamente oito anos.

De que forma caracteriza a empresa relativamente às políticas de inclusão implementadas?
Na Savills todas as pessoas são aceites, tratadas e respeitadas de igual forma, independentemente de todas as questões que as possam distinguir (género, idade, condição social ou física, nacionalidade, etc). Na minha perspectiva, estas as políticas de inclusão são, além de importantes, fundamentais para um percurso profissional bem-sucedido.

Que importância tem para a Savilis o bem-estar dos seus colaboradores?
Procuram sempre melhorar as condições de trabalho dos seus colaboradores e fazer com que eles se sintam bem no seu local de trabalho. Exemplo disso é a mais recente mudança de escritório, no qual podemos, por exemplo, escolher diariamente o local onde queremos trabalhar e usufruir de algumas áreas de lounge. Num ambiente fora do contexto do escritório, é comum promoverem momentos com actividades de team building, que contribuem para um convívio mais descontraído entre os colaboradores.

Essa preocupação estende-se para lá do contexto laboral?
Sim.

Aliás, o João é precisamente um exemplo disso…
Exactamente. O apoio que me têm dado na parte desportiva é o reflexo dessa preocupação. No entanto, essa preocupação não se extingue aí, porque também nunca me foi negada uma saída para resolver uma questão pessoal. É este tipo de acções que demonstram o quanto valorizam o bem-estar e se preocupam com os colaboradores.

 

Sobre as politicas de inclusão a CEO da Savills Portugal, Patrícia de Melo e Liz, fez questão de sublinhar alguns aspectos. 

Falamos aqui na promoção do desporto, mas estende-se esse apoio a outras actividades?
De facto, a Savills tem no seu ADN uma cultura impulsionadora de projectos que enriquecem as suas pessoas, desde projectos de voluntariado a acções específicas de enriquecimento pessoal, como sejam acções de team building centradas no desenvolvimento de competências individuais e de grupo; outras centradas num espírito solidário e no bem comum. Destaco algumas de maior relevância, como a subida ao Pico, na qual levámos até ao topo da montanha um jovem com uma prótese numa das pernas, os vários voluntários que temos no projecto Junior Achievement e ainda outros torneios e desafios desportivos, como sejam o Savills Runners PT ou o Steps Challenge que estamos a levar a cabo neste momento e que se estende a toda a equipa. O projecto que realizámos na Casa das Cores, há quatro anos, foi também extremamente marcante para todos nós.

Têm noção do impacto que essas políticas têm na vida dos vossos colaboradores?
Toda esta dinâmica constitui um factor indiscutível de enriquecimento do nosso capital humano e uma sensação de satisfação pelos passos que vamos dando e impulsionando outros a dar. Temos noção do enorme impacto que vai tendo na vida dos nossos colaboradores, porque sentem que o que fazem, enquanto profissionais da Savills, vai muito além das características apenas ligadas ao trabalho que aqui desenvolvem, vai no sentido da recompensa não financeira, aquela que nos faz sentir gratificados porque acrescentámos valor, ao modo como agimos, à nossa vida e, muitas vezes, à do próximo. Gostamos de dizer que não queremos ter apenas profissionais de excelência, mas queremos que sejam também excelentes pessoas.

Durante a pandemia de que forma garantiram o bem-estar dos vossos colaboradores?
Desde logo com uma estreita comunicação. Uma comunicação transparente e clara sobre todos os passos a dar, passos esses estudados minuciosamente para que todos se sentissem seguros, não só pela preparação rigorosa do espaço físico, mas também com soluções que permitissem uma deslocação segura ao local de trabalho. Criámos, através da nossa frota e da boa colaboração de todos, um sistema de CarPool dividido por zonas onde os nossos colaboradores residem e que, assim, puderam evitar os transportes públicos nos momentos de maior contágio. As comunicações semanais a que chamámos “Ponto de Situação COVID19”, lançadas a partir da direcção-geral da Savills Portugal para toda a equipa durante 2020 foram também importantes pois através delas fizemos chegar a todos informações úteis, conselhos e regras a adoptar, entre outras notas que motivassem as nossas equipas. O apoio e a proximidade das direcções intermédias foram também fundamentais para orientar, escutar preocupações e acalmar ansiedades próprias dos tempos que vivemos. Procurámos sempre obter informação fidedigna, para transmitir uma mensagem credível e fomos sempre premiados com um enorme espírito de entreajuda e camaradagem e por uma alegria genuína no regresso ao escritório, por exemplo.

Continuam em teletrabalho? Qual será o modelo adotado daqui para a frente?
Uma empresa de serviços baseia-se nas pessoas. Na Savills, a cultura de forte interacção entre todos os departamentos que constituem a nossa empresa, não se potencia com os colaboradores em trabalho remoto. Ainda que a experiência tenha sido muito positiva, no que toca a uma boa disciplina de trabalho e bom uso das ferramentas digitais que de imediato colocámos ao dispor de todos, foi sempre notório que é no escritório que se trocam ideias a toda a hora, que se fala de um cliente no corredor ou na copa enquanto se toma um café, que se ouve uma conversa do colega que nos dá uma nova e importante informação. E, ainda mais importante, o bom ambiente que aqui se vive traz energia positiva e sensação de satisfação entre os colegas.
Tantas vezes ouvi ao longo destes dois anos a frase “que bom que é podermos vir para o escritório”. Nos momentos de maior contágio, em que limitámos o número de pessoas nos nossos escritórios, tivemos sempre que gerir o elevado número de pessoas que pedia para vir. Por tudo isto, o modelo que temos actualmente é o de trabalho presencial com maior flexibilidade em proporcionar momentos de trabalho remoto a todas as pessoas que dele necessitem, dependendo da circunstância em que se encontrem e das características do trabalho que desenvolvam. Temos pessoas que estão em trabalho remoto uma vez por semana, outras que estão num momento em que precisam de estar dois dias por semana e temos até um caso de um colega que trabalha a maior parte do tempo a partir de Coimbra e que vem ao escritório uma semana a duas semanas por mês. Acredito que as ferramentas actuais e o benefício que pode trazer pelo menos um dia de maior concentração, por exemplo, nos fará fixar a possibilidade de um dia por semana em trabalho remoto. Mas, como disse, não se deve levar esta regra de forma cega, pois depende muito das características do trabalho de cada um.

Que outras iniciativas de inclusão têm em prática?
A Savills tem várias iniciativas de inclusão que coloca em prática através de um grupo de trabalho de Diversity & Inclusion, que visa a reflexão sobre vários temas inerentes à empresa e à sociedade, promovendo um ambiente e cultura que encorajam a confiança e o bem-estar dos nossos colaboradores, com respeito pelas suas individualidades e identidades. Adicionalmente, com as políticas ESG (Environmental, Social and Governance), estudamos e avaliamos a pegada ecológica da Savills, contribuindo para um desenvolvimento consistente destas acções.

Foto: www.tenis.pt

 

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