CB Talents aposta no recrutamento global
Ricardo Nobre detectou uma falha no mercado e resolveu criar a CB Talents, com soluções para o recrutamento de talentos a nível internacional. E está à procura de profissionais portugueses.
Numa altura em que as empresas têm uma grande dificuldade em recrutar talentos, Ricardo Nobre, um dos quadros fundadores da Randstad em Portugal, no ano de 2000, e com experiência em recrutamento internacional, detectou a dada altura que as organizações, apesar de precisarem de profissionais especializados, têm estruturas que tornam difíceis os processos de recrutamento em países diferentes.
A empresa que fundou, a CB Talents, com escritórios em Lisboa, Frankfurt, Berlim e São Paulo, e com uma rede de recrutadores em 42 países, propõe-se recrutar quadros especializados em diferentes países para projectos específicos nas áreas de Engenharias, TI, Medicina e Customer Services. E está à procura de profissionais em Portugal.
«Aquilo que procuramos são talentos, pessoas que sabem que têm muito para oferecer e que se sentem insatisfeitas com as ofertas que estão a receber em Portugal» e que queiram novos desafios, explica. O foco está nos mercados alemão e brasileiro, mas «outros mercados têm resposta da nossa parte», como o da Bélgica, neste momento com necessidade de profissionais na área da Saúde.
Apesar de a sua experiência dizer-lhe que «o português é pouco móvel, não tem grande vontade de emigrar, ao contrário dos profissionais no norte da Europa», o País tem um grande número de talentos cobiçados por diversas empresas internacionais com cada vez mais vontade de emigrar. Contudo, Ricardo Nobre ressalva: «emigrar não tem de ser um acto de desespero. Nós tentamos convencer sempre quem está desesperado para não emigrar. Quem emigra numa situação de desespero, vai entrar numa situação caótica. Vai agravar ainda mais a situação inicial», devido à impreparação de muitos profissionais quando resolvem dar o salto.
Sobre o regresso posterior da diáspora a Portugal, Ricardo Nobre tem «dúvidas»: «No contacto que tenho com quem está fora, a conclusão é que não há condições para voltar. São pessoas reconhecidas pelo talento que têm, mas que, em Portugal, não são reconhecidas pelas chefias.»
«Os portugueses têm um talento muito forte mas precisam de ser bem geridos. Temos de ser mais ambiciosos em relação à forma como gerimos equipas em Portugal», conclui.