O que os profissionais mais valorizam quando procuram emprego?

Os resultados do Randstad Employer Brand Research (REBR) 2022 mostram que não há alteração signicativa nos factores mais valorizados numa empresa por quem procura emprego, mas há mais profissionais com intenção de sair.

 

Por Ana Leonor Martins (edição do estudo e entrevista) e Sandra M.Pinto (testemunhos)

 

Pelo sétimo ano consecutivo em Portugal, a Randstad apresentou os resultados daquele que é o maior estudo independente que analisa a percepção da população activa em relação aos maiores empregadores.

Sobre a importância do Employer Branding – e deste estudo –, José Miguel Leonardo, CEO da Randstad Portugal, faz notar que, «em alturas de escassez de talento, é importante olhar para o que os talentos mais valorizam e de que forma podem as empresas desenvolver estratégias que sejam capazes de responder às suas necessidades. No entanto, não podemos deixar de salientar que uma estratégia de employer brand não se constrói de um dia para o outro, tem por base uma relação de confiança, e, por isso, é algo que deve ser cada vez mais estratégico dentro das organizações, para ter efeitos reais na atracção e retenção de talento», defende.

Em relação aos resultados, de forma genérica, verifica-se que em Portugal não há alteração significativa no pódio referente ao que os trabalhadores procuram numa empresa. O salário e benefícios mantém-se como o critério mais importante (72%, mais um ponto percentual do que em 2021), sendo no entanto considerado como um “factor higiénico” e não um verdadeiro EVP (Employee Value Proposition). Seguem-se, com o mesmo valor (67%), os critérios conciliação entre a vida pessoal e profissional e o ambiente profissional agradável, que este ano ganha maior relevância (o passado surgia em quarto, com 65%), destronando na terceira posição a estabilidade no emprego (64%, menos dois pontos percentuais do que em 2021). A progressão surge em quinto, tal como no ano passado (mas em 2020 ocupava a terceira posição). Apesar da alteração de posições, não se registam mudanças nos cinco factores mais importantes na escolha de um empregador.

De notar que a ordem da valorização destes critérios não reflecte exactamente a média da Europa, onde o ambiente de trabalho ocupa a segunda posição, logo depois do salário e benefícios.

O estudo demonstra que a maioria dos factores são mais importantes para as mulheres do que para os homens, especialmente os relacionados com o equilíbrio profissional-pessoal (72%), ambiente de trabalho (70%) e diversidade e inclusão (46%) enquanto a saúde financeira (58%), a reputação (38%) e as últimas tecnologias (37%) são mais importantes para os homens.

Quase todos os factores são mais relevantes para os que possuem um nível de instrução elevado (mencionando uma média de oito factores) do que para os com um nível de instrução mais baixo (média de seis).

A saúde financeira (63%), a tecnologia mais recente (40%) e a reputação (42%) são mais importantes para os +55, enquanto os que têm entre os 18 e os 24 anos consideram a progressão na carreira (68%) e a diversidade e inclusão (47%) mais importantes.

De destacar que, embora o salário e benefícios seja o principal motor na escolha de um novo empregador, os empregadores actuais são bastante mal classificados neste aspecto. A pesquisa revela ainda que o salário e benefícios são um factor mais importante para os profissionais de “colarinho branco” (68%) do que para os de “colarinho azul” (65%).

Por ordem de importância, os EVP ficam assim ordenados em Portugal, em 2022: Salário e benefícios atractivos (71%); Conciliação entre a vida profissional e pessoal (67%); Bom ambiente de trabalho (67%); Estabilidade profissional (64%); Progressão de carreira (64%); Saúde financeira (56%); Boa formação (54%); Possibilidade de trabalhar remotamente (43%); Retribuição à sociedade (42%); Diversidade e inclusão (41%); Gestão forte (40%); Conteúdo de trabalho interessante (37%); Produtos e serviços de qualidade (35%); Muito boa reputação (33%); Uso de tecnologia de ponta (32%).

 

Leia o artigo na íntegra e fique a conhecer não só todos os resultados do Randstad Employer Brand Research 2022, como o ranking das empresas mais atractivas para trabalhar em Portugal e o testemunho de responsáveis de alguma delas.

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