Volkswagen Digital Solutions: Sem medo de questionar o status quo

Com uma velocidade de crescimento acima das expectativas, e num mercado muito competitivo pelo talento, a Volkswagen Digital Solutions sabe que não é através dos salários e benefícios que se vai diferenciar para atrair e fidelizar os melhor profissionais.

 

Por Tânia Reis

 

Fundada de raiz em 2019, a equipa da Volkswagen Digital Solutions (VWDS) cresceu dos zero aos 100 logo no primeiro ano de actividade. Hoje, são 400 os colaboradores que dão suporte tecnológico ao Grupo Volkswagen e desenvolvem produtos digitais para outras marcas. A sua criação está directamente relacionada com a estratégia de crescimento e digitalização das marcas do Grupo, começa por esclarecer Joana Martins, a responsável de Learning and Development da equipa de Recursos Humanos. O investimento da empresa alemã em equipas tecnológicas foi alargado a outras partes do mundo, nomeadamente a capital portuguesa.

Factores como «o talento tech, a qualidade de ensino, o bom nível de inglês, mas também o facto de Lisboa ser cada vez mais um hub tecnológico internacional em crescimento foram determinantes» para a aposta no nosso país, afirma, acrescentando que a história da marca automóvel em Portugal conferia «segurança do grande conhecimento da cultura do País e da ajuda e suporte de outras empresas do grupo».

E o balanço é muito positivo. Além do crescimento da equipa, que «num curto espaço de tempo cresceu a um ritmo de mais de 100% ao ano», a VWDS está «a receber cada vez mais projectos, e projectos que impactam todo o Grupo à escala global», o que constitui prova do sucesso do trabalho desenvolvido, realça a gestora.

Com um mercado adaptado à nova e já estabelecida realidade de Lisboa ser um hub tecnológico capaz de atrair empresas como a Google, a IBM ou a Oracle, para Joana Martins, a grande mudança na área tecnológica está na «valorização do talento português e no crescimento de uma comunidade tech mais proficiente e de scope global».

Para fazer face ao aumento da «escassez de profissionais da área face ao número de empresas a crescer e a contratar», a VWDS fomenta a «proximidade, a comunicação honesta e transparente», e há um esforço diário para ser uma empresa em que as pessoas se sintam felizes, respeitadas e reconhecidas. Num mercado competitivo como o das tecnológicas, «em que já por si é difícil captar talento, a cultura da empresa tem um peso muito forte na atracção, mas sobretudo na fidelização».

A evolução da equipa é prova disso, já que no primeiro ano de actividade chegou à centena de colaboradores e, em 2021, totalizavam os 200. Hoje, rondam os 400 colaboradores distribuídos pelas três tech units que compõem a empresa: Core Operations + Development (CODE), que faz o suporte aplicacional de várias marcas e desenvolvimento de software para o Grupo Volkswagen; MAN Digital Hub (MDH), que desenvolve produtos digitais para as áreas de logística, transportes e veículos comerciais da marca MAN Truck & Bus; e Software Development Center (SDC), que desenvolve produtos digitais centrados no utilizador para várias marcas do Grupo.

 

O maior desafio na área do talento
Para gerir as suas pessoas, a VWDS tem apostado na diversidade como um pilar da sua cultura, e a comprová-lo está uma equipa intergeracional, num equilíbrio entre talento jovem, com 40% dos trabalhadores com menos de 30 anos, e perfis com maior experiência e maturidade. De realçar também que 25% do seu talento é composto por mulheres, uma percentagem que pretendem «continuar a melhorar, mas que representa um valor muito significativo num sector em que a média ronda os 10-15%».

Um dos principais desafios – e um objectivo importante na organização – é a coesão e bem-estar das equipas, revela Joana Martins, porque «apenas com colaboradores felizes se pode esperar o sucesso de toda a empresa». Para isso, investem no desenvolvimento de competências de liderança dos managers, que têm a seu cargo equipas multidisciplinares, dando-lhes as ferramentas necessárias.

A resposta a um outro desafio, «se não o maior de todos», o da fidelização de talentos, é dada com a aposta numa equipa focada em garantir a criação das melhores condições de trabalho e na disponibilização dos melhores benefícios, «sem medo de questionar o status quo».

Além do bem-estar e flexibilidade – como o modelo híbrido de trabalho –, as prioridades centram-se na diversidade, «com o recrutamento internacional, fixando em Portugal talento qualificado», bem como na formação e capacitação de pessoas que, «mesmo que a sua base de formação não consista num perfil completamente alinhado com as nossas necessidades, tenham motivação para aprender coisas novas», partilha a responsável.

Numa realidade de «muito e bom talento» a estabelecer-se em Portugal», reitera que tal aumenta a necessidade de fidelização dos colaboradores nas empresas, com esforços acrescidos no sentido de aumentar «salários, benefícios e outras perks», apostando ainda em regimes de trabalho híbrido, para serem atractivas face à concorrência.

Joana Martins não tem dúvidas de que o facto de terem «equipas diversas permite beneficiar de um leque vasto de colegas, profissionais, mentores e formas de trabalhar que uma equipa mais similar não permite». Com colaboradores de mais de 29 países como Alemanha, Brasil, Escócia, Egipto, África do Sul, Índia e Estados Unidos, entre outros, a diversidade, seja ela de género, culturas ou backgrounds, «influencia positivamente a performance de uma empresa».

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Janeiro (nº.145)  da Human Resources, nas bancas.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

Ler Mais