Valorizar pessoas: um factor crítico de sucesso de desenvolvimento global

Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy

 

Valorizar pessoas e organizações é o mote! Num contexto de forte transformação digital, de novos modelos de trabalho, em que as mudanças tecnológicas se processam rapidamente e surge a necessidade de investimento em novas competências, a valorização das pessoas tem de ser o factor crítico de sucesso, tendo em conta organizações mais capazes de enfrentar os desafios actuais.
Espera-se a promoção de políticas orientadas para o desenvolvimento que suportem a actividade produtiva, a criação do designado emprego digno, a aposta no empreendedorismo, na criatividade e na inovação e que existam incentivos para o crescimento do nosso tecido empresarial, muito sustentado nas micro, pequenas e médias empresas.
Na mesma linha, alcançar o emprego pleno e produtivo e trabalho digno para todas as mulheres e homens, incluindo os jovens e as pessoas com deficiência, bem como remuneração igual para trabalho de igual valor, são metas bem expressas nos objectivos do milénio até 2030, assim como não esquecermos a protecção dos direitos do trabalho e a promoção da segurança e protecção dos ambientes laborais e incluindo os trabalhadores migrantes.
Tudo isto só resulta pelas estratégias que se aplicarem, colocando a valorização das pessoas, no centro das mesmas. Atingir níveis elevados de produtividade da Economia significa diversificação, modernização tecnológica e inovação, mas também, na sua essência uma clara aposta no desenvolvimento das pessoas. Em que uma atenção muito estreita à educação, à formação profissional é vital.
Se cada Estado tem aqui um papel vital, a verdade é que nunca conseguirá ter a resposta total e exclusiva. Se chama a si a exclusividade dessa responsabilidade, volta as costas ao que de melhor o País tem para oferecer: a panóplia de iniciativas válidas, a criatividade e a inovação instalada na sociedade civil, a experiência e as boas práticas que aportam valor acrescentado.
Pede-se acima de tudo uma estratégia válida, bem articulada entre os diversos sectores de actividade, aplicações financeiras transparentes e criteriosas e uma comunicação de excelência. Mas, acima de tudo, uma coordenação efectiva de um envolvimento geral: uma visão claramente holística, para que cada pessoa entenda o seu verdadeiro contributo e motive a sua participação.
Quando se pretende envolvimento, participação e níveis elevados de motivação, temos de percepcionar claramente alguns fenómenos de retorno. Não está aqui em causa o conceito de que “não há almoços grátis”, pois globalmente as pessoas não se movem exclusivamente por interesses próprios. Se analisarmos friamente a realidade, a maior parte das vezes, seja em qualquer organização seja na vida comum do dia-a-dia, as pessoas vão para além do que lhes é ressarcido.
O importante é a valorização do que é realizado. Seja uma valorização material ou uma valorização emocional. Se falamos em trabalho digno, falamos em condições salariais, de carreira e de bem-estar que cumpram os requisitos que permitam um reconhecimento profissional. Se falamos em responsabilidades na sociedade, há que reconhecer a importância da aplicação de qualquer contributo, por via da transparência de processos e na criação de condições de vida que permitam atingir níveis mais elevados de conforto e na dignidade enquanto ser humano.