Cinco tendências globais para o futuro das estratégias de bem-estar dos colaboradores
Uma visão abrangente do bem-estar da força de trabalho está entre as cinco “Tendências Globais de Benefícios e Bem-estar” para os próximos tempos, revelou o Business Group on Health, organização sem fins lucrativos norte-americana, que reúne grandes empresas da Fortune 100 e do sector público, dedicada à saúde, benefícios e bem-estar abrangendo mais de 60 milhões de colaboradores em 200 países.
Outras tendências importantes incluem um foco maior na consistência e governança global, bem como programas de benefícios inclusivos e relevantes para equipas diversas.
«Os empregadores continuam focados na saúde e no bem-estar dos seus colaboradores em todo o mundo, para desenvolver equipas mais saudáveis, equitativas e envolvidas», afirma Ellen Kelsay, presidente e CEO do Business Group on Health. «Entre os factores que influenciam ainda mais essas tendências estão o pós-pandemia, as flutuações económicas e o aumento da inflação, que contribuíram para mudar o paradigma de programas de saúde e bem-estar que passaram de uma responsabilidade corporativa para um imperativo estratégico.»
Para Kelly McCain, directora do Business Group on Health em Londres, «é significativo 47% dos empregadores relatarem que o bem-estar dos colaboradores é um aspecto fundamental da sua estratégia de gestão de Pessoas».
Com base nas informações das empresas membros do Business Group, estas serão as tendências a observar de perto no futuro próximo:
Uma visão abrangente de bem-estar para os colaboradores
À medida que as estratégias de bem-estar dos colaboradores ocupam o centro das atenções nas agendas das empresas em todo o mundo, uma compreensão mais ampla do bem-estar vai tomando forma. O foco está no espectro completo de bem-estar, incluindo a saúde física, a saúde mental, a conexão social, a segurança financeira, a satisfação no trabalho e a comunidade.
Ao adoptar essa visão abrangente de bem-estar e disponibilizar programas holísticos e equilibrados, os empregadores podem beneficiar de colaboradores mais envolvidos e produtivos e de taxas de rotatividade potencialmente mais baixas. As organizações bem-sucedidas vão reconhecer e adaptar-se a estas necessidades em constante evolução.
Um foco maior na consistência e governança global
Numa era marcada por equipas cada vez mais geograficamente diversas, a necessidade de consistência global na gestão de benefícios nunca foi tão crítica.
Actualmente, os empregadores navegam em cenários administrativos complexos e, enquanto promovem a transparência e se esforçam por manter uma experiência de colaborador consistente nas suas organizações, têm de garantir que os benefícios disponibilizados permanecem competitivos e eficazes nos diferentes mercados.
No entanto, a consistência global ajuda a desenvolver estruturas de governança robustas. Ao manter políticas de benefícios consistentes em todos os níveis da organização, as empresas podem criar um ambiente promotor de equidade, compliance e tomada de decisão informada.
De acordo com o 14.º Inquérito Anual de Saúde e Bem-Estar, realizado pelo Business Group on Health e a Fidelity Workplace Consulting, 80% dos empregadores relataram ter uma abordagem de consistência global ou estão a desenvolver activamente uma estratégia. Contudo, de acordo com a pesquisa, ainda existem desafios na implementação das suas estratégias, incluindo necessidades dos trabalhadores que diferem de país (63%) e falta de fornecedores de soluções globais (38%).
Sustentabilidade financeira dos programas de saúde e benefícios
Num ano marcado por desafios como a incerteza económica e escassez de recursos, o foco dos empregadores tem sido disponibilizar programas de saúde e benefícios relevantes para os seus colaboradores de maneira financeiramente sustentável.
O desenvolvimento de estratégias de benefícios estão a evoluir para atender a essa procura. Mecanismos inovadores de financiamento, que incluem companhias de seguros próprias e pacotes de benefícios flexíveis, estão a ser explorados como possíveis soluções, tendo aumentado 73% desde 2016. Essas estratégias não só permitem um modelo financeiro mais sustentável, mas também oferecem oportunidades de gestão de riscos e poupança de custos.
À medida que os empregadores olham para o futuro, a tendência de equilibrar custo e sustentabilidade vai tornar-se cada vez mais importante. Os empregadores que integrarem esses princípios nas suas estratégias de desenvolvimento de benefícios estarão melhor posicionados para enfrentar as flutuações económicas, manter benefícios competitivos e, finalmente, apoiar o bem-estar dos seus colaboradores.
Programas de benefícios inclusivos e relevantes para equipas diversas
À medida que a força de trabalho global se torna cada vez mais multigeracional e culturalmente diversa, o desafio para os empregadores é desenvolver programas de benefícios que sejam globalmente consistentes e localmente relevantes. Esses programas devem considerar diferentes níveis de acesso a cuidados adequados, bem como garantir que as necessidades específicas de saúde e bem-estar de todos os colaboradores sejam atendidas.
Compreender e abordar as lacunas nas equipas é fundamental para os empregadores globais, que ocupam uma posição privilegiada na resposta às necessidades de saúde e bem-estar e providenciar cuidados que podem não estar cobertos pelos sistemas de saúde locais.
Ao mesmo tempo, uma abordagem inclusiva dos benefícios também deve considerar questões de equidade em saúde. Isso inclui, entre outros, compreender e atender às necessidades de grupos tradicionalmente sub-representados, promover a inclusão da comunidade LGBTQ+ e abordar os desafios únicos de outros grupos, como mulheres e pessoas com deficiência.
Os empregadores devem garantir que os seus programas de benefícios respeitam as diferenças culturais e cumprem as leis locais, enquanto respondem às necessidades abrangentes das suas equipas globais. No futuro, a capacidade de desenhar programas de benefícios globalmente inclusivos e relevantes tornar-se-á um factor diferenciador importante para os empregadores.
Conciliação com governos locais e nacionais
Disponibilizar programas de benefícios globais tem nuances e uma das maiores complexidades são os mandatos de governos locais e nacionais.
Essas leis e regulamentos moldam substancialmente o desenvolvimento e a implementação de programas de benefícios em diversas regiões, incluindo benefícios obrigatórios de assistência à infância; protecção do trabalho em caso de doenças, como cancro; e planos de reforma e pensões. Como tal, uma abordagem one-size-fits-all não é viável para programas de benefícios que são verdadeiramente globais.
Os mandatos dos governos e suas consequências continuarão a afectar os programas de benefícios globais. Os empregadores terão de se adaptar a esses mandatos país a país. Saber navegar nesse contexto será fundamental para providenciar programas de benefícios abrangentes que sejam globalmente consistentes, mas localmente relevantes.