Vila Galé: Ir ao encontro das necessidades e expectativas

O salário continua a ser o factor mais decisivo na atracção e retenção de talentos? Quais os factores diferenciadores de um modelo de benefícios flexíveis? Quais os benefícios mais valorizados pelos consumidores actualmente? Ana Oliveira, directora de Recursos Humanos da Vila Galé, dá-nos algumas pistas.

 

A política de benefícios flexíveis de uma determinada empresa é, cada vez mais, valorizada e fundamental para a atracção e retenção de talentos. Trata-se de regalias ou compensações, além do salário, que são disponibilizadas aos colaboradores, no sentido de aumentaram a satisfação e o bem-estar no seio da empresa.
Existem algumas questões determinantes na sociedade actual e que estão directamente relacionadas com a forma como as organizações conseguem adaptar os benefícios às necessidades dos colaboradores. Nesse sentido, levantam-se algumas questões, nomeadamente: quais os benefícios mais valorizados actualmente pelos colaboradores? O teletrabalho tem impacto na política de benefícios? Quais as mais-valias para a empresa ao adoptar uma política de benefícios com flexibilidade para os funcionários? Ou quais as principais tendências para o futuro no que diz respeito à política de benefícios flexíveis? Ana Oliveira, directora de Recursos Humanos da Vila Galé, aceitou o repto e ajuda-nos a encontrar algumas respostas.

Qual a relevância de uma política de benefícios flexíveis na estratégia de Gestão de Pessoas da Vila Galé?
A atracção e retenção de pessoas é um dos grandes desafios no nosso sector de actividade. A estratégia tem de passar, cada vez mais, por ir ao encontro daquelas que são as necessidades e expectativas dos colaboradores. Nesse sentido, os benefícios flexíveis traduzem-se numa ferramenta de extrema utilidade para a empresa.

Quais os factores diferenciadores do modelo de benefícios flexíveis da Vila Galé?
Na Vila Galé, existe um pacote de benefícios disponíveis que os colaboradores podem escolher de acordo com as suas necessidades ou preferências e que podem ser alterados anualmente. Trata-se de um sistema bastante flexível e único para cada colaborador, uma vez que é adaptado caso a caso.

A introdução dos modelos híbridos de trabalho obrigou a que existissem alterações ao modelo de benefícios flexíveis da empresa?
Não necessariamente. Independentemente do modelo de trabalho, os benefícios foram acompanhando desde sempre as preferências dos colaboradores.

Quais os benefícios flexíveis que os colaboradores mais valorizam hoje?
Depende da idade e do contexto. Neste momento, temos o desafio de gerir duas gerações distintas de colaboradores, que valorizam situações completamente diferentes. As gerações mais jovens preferem benefícios de consumo mais instantâneo e imediato, enquanto os mais velhos valorizam mais o seguro de saúde para si e para toda a família, por exemplo.

O feedback ou sugestões dos colaboradores têm contribuído para ajustes aos benefícios flexíveis que a Vila Galé disponibiliza aos seus colaboradores?
Sempre. A opinião dos nossos colaboradores é muito importante e estamos sempre atentos à evolução das suas necessidades e/ou preferências.

De que forma os benefícios flexíveis constituem uma vantagem para responder à escassez de talento que se vive actualmente no sector da hotelaria?
Tendo em conta que os benefícios flexíveis são variados e podem ser escolhidos de forma individual, isso acaba por representar uma vantagem na hora de contratar. É um pacote de retribuição feito à medida de cada um e que pode mudar se as necessidades também mudarem. Para a Vila Galé, as pessoas contam e conseguimos evidenciar isso mesmo desde o primeiro contacto, com o ainda candidato.

Consideram que a política de benefícios flexíveis pode constituir um factor decisivo na captação e retenção de talento?
Sem dúvida. Para além do seu salário base, os colaboradores valorizam outro tipo de regalias que se possam adaptar as suas necessidades e que lhes proporcione reconhecimento e bem-estar. A existência de uma política de benefícios flexíveis faz toda a diferença na hora de atrair e contratar talentos. O salário acaba por ser muito mais do que o valor monetário que os colaboradores recebem ao final do mês.

De que forma uma política de benefícios flexíveis favorece não só os colaboradores, mas também a empresa?
A verdade é que os colaboradores que estão satisfeitos e se sentem reconhecidos permitem empresas mais felizes e produtivas. A vantagem é sempre para ambas as partes.

Quais os pontos de equilíbrio destes benefícios flexíveis para que sejam uma mais-valia para os colaboradores sem, no entanto, aumentarem os custos e exigências ao nível da gestão?
Tornar possível o envolvimento e a escolha dos benefícios, por parte dos colaboradores, facilita muito a procura por um equilíbrio, dado que a empresa não investe em benefícios que não sejam valorizados pelos funcionários.

Como e com que frequência é que avaliam o grau de satisfação dos vossos colaboradores relativamente à política de benefícios flexíveis?
Anualmente, quando ocorre o inquérito de satisfação dos colaboradores.

Estudos indicam que há alguns anos que o salário base já não é o factor decisivo perante duas ou mais ofertas de emprego. Concorda?
Totalmente de acordo. O grande desafio passa exactamente por aí. O salário emocional é cada vez mais valorizado, principalmente pelas novas gerações. Uma boa política de benefícios integra-se perfeitamente neste novo conceito.

A eventual “banalização” de alguns dos benefícios flexíveis pode mesmo chegar a trazer desafios ou oportunidades às empresas?
O grande desafio para as empresas passará sempre pela sua capacidade de se reinventar. Existem inúmeras possibilidades que podem ser disponibilizadas aos colaboradores, sem que isso tenha de constituir necessariamente para um acréscimo exponencial no custo. A oportunidade passa pela comunicação eficaz, pela adequação às necessidades e pela satisfação das pessoas. Deverá ser sempre algo positivo.

Como considera que as tendências nos modelos de benefícios flexíveis vão evoluir?
Os benefícios flexíveis vão continuar a ganhar cada vez mais preponderância e representam um peso cada vez maior naquela que deve ser a estratégia de gestão de pessoas no futuro.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Benefícios Flexíveis” na edição de Setembro (n.º 153) da Human Resources, nas bancas.

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