Que tendências vão marcar o mundo do trabalho em 2024? A Boston Consulting Group responde
Eduardo Bicacro, partner na Boston Consulting Group (BCG), identificou as tendências que vão marcar o mundo do trabalho e da Gestão de Pessoas em 2024.
Aqui ficam cinco tendências-chave que, na perspectiva da BCG, estão a marcar uma nova era na gestão de pessoas, a guiar estratégias organizacionais e a moldar um novo modelo de trabalho:
1. Liderar pelo exemplo, promovendo a atracção e retenção de talento
A procura por talento continua a intensificar-se à medida que as empresas se esforçam para colmatar lacunas de perfis e competências nas suas estruturas. Nesse desafio, um ambiente de trabalho acolhedor, capaz de satisfazer não apenas as necessidades funcionais, mas também emocionais dos trabalhadores, especialmente os da linha da frente, será crucial para a retenção de talento. Observa-se, assim, uma grande procura por líderes que consigam inspirar e fomentar ambientes de trabalho sustentáveis e equilibrados, propícios ao desempenho e ao crescimento de cada pessoa, sublinhando a transição para um local de trabalho mais humano.
2. Proporcionar flexibilidade e um ambiente de trabalho híbrido
O legado de trabalho flexível deixado durante a pandemia permanece, com as organizações a adoptarem modelos híbridos para atender às diversas necessidades da sua força de trabalho. O objectivo é alcançar um equilíbrio harmonioso entre o trabalho remoto e o trabalho no escritório, garantindo produtividade, satisfação dos funcionários e a construção de um sentido de pertença. Conseguir equilibrar estes modelos continua a ser um desafio e será crítico para construir uma estrutura organizacional mais resiliente e adaptável.
3. Responder aos avanços tecnológicos de forma estratégica
A IA Generativa anunciou com estrondo uma nova fase de transformação tecnológica para toda a organização, que se vem somar a muitas outras que já estavam mais consolidadas. É crítico que a função de RH entenda, discuta e antecipe as suas implicações. Esta tecnologia promete ter uma influência relevante quer na restante organização, quer nos próprios processos de recursos humanos, desde o recrutamento à avaliação de desempenho e formação. Os impactos que pode ter em determinadas zonas de negócio deve mesmo implicar rever o planeamento estratégico de pessoas a médio prazo. Por tudo isto, esta tecnologia – bem como outras que a precederam com menor “hype” – não pode continuar a ser um mistério para a função de recursos humanos.
4. Promover a aprendizagem contínua e a requalificação
A evolução acelerada do mercado exige uma força de trabalho apta e actualizada com tecnologias e metodologias emergentes. As empresas estão a canalizar investimentos para iniciativas de aprendizagem contínua, programas de requalificação e recapacitação para fomentar uma cultura de crescimento e adaptação. Esta tendência sublinha a importância de uma mentalidade de crescimento em complemento da prontidão na resposta às dinâmicas mais imediatas do mercado.
5. Revitalizar o papel das funções estratégicas de RH
Em muito do que aqui destacámos se torna evidente que o papel dos Recursos Humanos está a evoluir para além das fronteiras tradicionais, tornando-se um motor estratégico de mudança organizacional. Deve ser um veículo do conhecimento sobre a ciência do comportamento e os princípios da gestão da mudança para garantir que toda a organização está correctamente mobilizada para os desafios de transformação a que se propõe.