Insolvências aumentam quase 27% no primeiro trimestre do ano. Há dois distritos que se destacam
No primeiro trimestre de 2024, as insolvências apresentaram um aumento de 26% face ao período homólogo do ano passado, com um total de 1154 acções de insolvência contra 913 registadas há um ano. O mês de Março teve um ligeiro decréscimo face ao mesmo período de 2023, com 350 acções de insolvência, menos treze que no ano passado (-3,6%). Os dados são da Iberinform.
Por tipologia de acções, o trimestre fechou com um incremento de 72% nas declarações de insolvência requeridas por terceiros (evolução de um valor absoluto de 126 em 2023 para 217 em 2024), enquanto as declarações de insolvência apresentadas pelas próprias empresas aumentaram 108% (evolução de 145 em 2023 para 302 em 2024).
Os encerramentos com plano de insolvência aumentaram 150% face a 2023, com uma evolução de seis para 15 encerramentos com plano de insolvência. No período em análise foi declarada a insolvência de 620 empresas, menos 16 processos encerrados do que em 2023, o que resulta num aumento de 26% no total das acções de insolvência registadas no trimestre.
Os dados da Iberinform mostram que Lisboa e Porto são distritos que apresentam valores de insolvências mais elevados, 266 e 322, respectivamente. Face a 2023, regista-se um aumento tanto em Lisboa (+26%) como no distrito do Porto (+82%).
Outros distritos que também revelam aumentos no primeiro trimestre de 2024 são: Guarda (+300%); Castelo Branco (+150%); Ponta Delgada (+100%); Bragança (+40%); Braga (+40%); Angra do Heroísmo (+33%); Viseu (+ 29%); Beja (+25%); Faro (+ 19%); Santarém (+16%) e Vila Real (+11%).
Os distritos que apresentam decréscimo no total de insolvências no período são: Horta (-100%); Portalegre (-75%); Évora (-54%); Madeira (-33%); Leiria (-20%); Viana do Castelo (-1%) e Setúbal (-6%).
Por sectores, os aumentos no número de empresas insolventes face a 2023 foram registados nas áreas de: Indústria Transformadora (+60%); Electricidade, Gás, Água (+50%); Outros Serviços (+28%); Comércio a Retalho (+26%); Construção e Obras Públicas (+19%); Hotelaria e Restauração (+19%); Transportes (+17%); Comércio de Veículos (+9,4%) e Comércio por Grosso (+5,2%). Apenas dois sectores fecharam o trimestre com decréscimos no indicador das insolvências: Indústria Extractiva (-67%) e Agricultura, Caça e Pesca (-52%).
Os dados revelam também que em Março de 2024, face ao mesmo período do ano passado, a criação de novas empresas decresceu 31%, passando de 5431 em 2023 para um total de 3753 em 2024, menos 1678 constituições no comparativo. Contudo, no total do primeiro trimestre, o decréscimo é menos significativo, com uma descida de 9,2% de 15 568 novas empresas constituídas em 2023 para 14 142 constituídas em 2024.
Lisboa acolhe o número de constituições mais significativo, com 4325 novas empresas (-16% face a 2023), seguida pelo distrito do Porto com 2462 empresas (-2,6% no comparativo com 2023).
Outros distritos que também apresentam variação negativa face ao período homólogo de 2023 são: Évora (-16%); Vila Real (-16%); Coimbra (-16%); Portalegre (-13%), Santarém e Setúbal (ambos com decréscimos de -12%); Beja (-13%); Faro (-12%); Viana do Castelo (-9,3%); Aveiro (-4,1%); Leira (-5,8%); Braga (-2,1%) e a região da Madeira (-0,5%).
Com aumentos face ao ano passado evidenciam-se os distrito de: Horta (+73%); Bragança (+15%); Angra do Heroísmo (+14%); Guarda (+11%); Viseu (+6,3%); Castelo Branco (+4,9%) e Ponta Delgada (+1,6%).
No primeiro trimestre de 2024, os sectores que apresentam uma variação positiva na constituição de novas empresas são: Indústria Extractiva (+250%); Telecomunicações (+70%) e Construção e Obras Públicas (+5,4%). Os sectores com variação negativa são: Electricidade, Gás, Água (-30%); Transportes (-29%); Agricultura, Caça e Pesca (-13,3%); Indústria Transformadora (-12%); Hotelaria e Restauração (-9,9%); Comércio por Grosso (-9,6%); Outros Serviços (-7,8%); Comércio de Veículos (-5,9%) e Comércio a Retalho (-6,4%).