Cinco ideias simples para a Gestão de Pessoas

Uma das partes mais importantes do negócio é a equipa que o trabalha, pelo que aprender a gerir essas pessoas é essencial para o seu sucesso.

 

Por: Irakli Litanishvili, CEO e fundador da Mirai Flights, um serviço de reserva instantânea de voos charter, e fundador e proprietário do Aim of Emperor Group, na Forbes

 

À medida que o meu grupo de empresas crescia de uma pequena família de sete pessoas para uma enorme equipa de 300, sentimos algumas dores de crescimento. Contudo, vejo isto como uma oportunidade para reconstruir ligações em todas as direcções e até montar um “puzzle” maior e melhor do que o que tinha anteriormente. A minha abordagem à Gestão de Pessoas pode ser diferente da que ouvirá da maioria dos CEO, mas as minhas estratégias permitem-me criar empresas verdadeiramente fantásticas.

 

1. Passar tempo de qualidade com a sua equipa
As pessoas dizem-me muitas vezes que passo demasiado tempo com a minha equipa. Dizem que faço demasiadas perguntas e que me envolvo demasiado nas suas vidas pessoais. No entanto, não o faço para ser intrometido; comunico com os meus colaboradores porque quero saber mais sobre eles e compreender a sua situação na vida.

Estou no negócio de estabelecer relações e a minha equipa não é excepção. Acredito firmemente que os fundadores devem ajudar os seus colaboradores a serem auto-suficientes pessoal e profissionalmente. O trabalho é o local onde os meus colaboradores passam uma parte considerável do tempo, pelo que devem tirar o máximo partido do seu tempo.

Não é necessário definir uma tarefa na sua agenda para “passar X horas a conversar com a equipa”. Basta dar prioridade à presença e procurar formas de conhecer a sua equipa. Quando eles sentirem que está lá para eles e “nas trincheiras” ao seu lado, provavelmente sentir-se-ão melhor. Uma ligação genuína promove a lealdade, e oferecer ajuda é algo que recordarão para sempre.

 

2. Ajudar os seus colaboradores também o ajuda a si
Prefiro ver a minha empresa como uma extensão da família. Apesar de ter actualmente mais de 300 colaboradores, continuo a gerir o negócio da mesma forma que o fazia quando éramos apenas sete. Tenho uma política de porta aberta e a minha equipa sabe que pode vir ter comigo para resolver qualquer problema pessoal.

Todos viemos de diferentes estilos de vida e temos vários problemas que nos podem distrair no trabalho. Encorajo uma proximidade de apoio com a minha empresa para os colegas poderem contar comigo ou uns com os outros para os ajudar a ultrapassar os desafios. Agir desta forma ajuda os seus funcionários a sentirem que podem deixar os seus problemas à porta e concentrarem-se no trabalho que têm em mãos, porque sabem que não estão sozinhos nas suas dificuldades.

 

3. Esteja preparado para as dificuldades e enfrente-as em conjunto
Seria ingénuo dizer que a minha abordagem não tem os seus próprios desafios. Porém, compreendo isso e estou preparado para enfrentar esses problemas à medida que eles surgem. Uma abordagem tão aberta à minha equipa cria, por vezes, problemas com os limites pessoais. Claro que estes casos são complicados, mas a experiência é uma óptima professora e não me arrependo das minhas escolhas. De facto, contratei um coach para me ajudar a lidar melhor com esses momentos difíceis e aprender a evitar que voltem a acontecer.

A regra de ouro para mim é “nunca apontamos o dedo”. Se houver uma falha, estou preparado para assumir essa responsabilidade e orientar a minha equipa para resolver o problema em conjunto, independentemente de quem cometeu o erro.

Promova uma cultura de responsabilidade pessoal e dê o exemplo. Mostre aos seus colaboradores que está preparado para os apoiar, para o melhor e para o pior. Em troca, poderá descobrir que tem uma equipa excelente, produtiva e leal.

 

4. Combine os colaboradores com a sua paixão
Uma das razões pelas quais gosto de dedicar muito tempo a conhecer os meus funcionários é para descobrir a sua paixão. É difícil para os trabalhadores abrirem-se com os seus chefes e admitirem os seus verdadeiros pontos fortes e fracos (não apenas os que ensaiaram para uma entrevista de emprego).

Quanto mais a sua equipa sentir que pode ser aberta consigo, mais profunda poderá ser a sua personalidade. Acredito em construir tudo com vista ao futuro, por isso, aprender o máximo possível sobre a sua equipa permitir-lhe-á colocá-la numa posição que a satisfaça a longo prazo. Isto também beneficia a empresa, porque combinar paixão e posição é uma receita para indivíduos altamente motivados que se sentem livres para inovar e aperfeiçoar a sua arte.

 

5. Motive com recurso ao feedback
Por mais unida que a sua equipa seja, ainda há uma linha que os colaboradores podem hesitar em atravessar quando se trata de serem abertos e honestos. Pode perguntar individualmente aos empregados o que gostariam de ver na empresa, mas, na maioria das vezes, eles não lhe dirão o que realmente querem porque têm medo de repercussões ou de serem vistos negativamente.

Na Mirai, optei por perguntar anonimamente: «Quais os 10 pontos que gostaria de ver implementados no plano a longo prazo da empresa?» Ao perguntar desta forma, a minha equipa sentiu-se mais livre para responder com coisas que desejava ter. Através do seu feedback, fiz planos para nos mudarmos para um novo escritório e para incorporar outras sugestões na nossa cultura empresarial.

Como líder, a sua função é levar a sério o que a sua equipa lhe diz e procurar formas de implementar as suas opiniões. Se a sua equipa vir que a sua opinião é valorizada, mesmo quando não se sente à vontade para a dar, poderá sentir-se mais livre para ser honesta e aberta no futuro. A motivação não é um problema quando se faz o possível para dar aos colaboradores o que querem.

Gerir pessoas não tem de ser uma tarefa assustadora. A verdadeira medida de um empresário não está apenas nas suas ideias de negócio, mas na forma como reúne uma equipa e a motiva a longo prazo. Mesmo que comece apenas com uma das dicas que descrevi, acredito que verá uma mudança dramática na sua própria cultura empresarial.

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