A IA é inevitável e vai afectar especialmente estas quatro profissões, revela estudo da McKinsey

Com um aumento lento da produtividade de cerca de 1,4%, apesar dos avanços de tecnologia e inovação, o crescimento pode depender de uma equação simples, avança a Fortune. 

«Sei quantos colaboradores tenho e quanto cada um produz. Ou mudo o número de trabalhadores, o que é difícil devido ao envelhecimento, ou invisto em tecnologia e IA, e mudo a equação da produção por colaborador», explica Kweilin Ellingrud, directora do McKinsey Global Institute.

Mais tecnologia, implementada eficazmente, pode ser a única solução para recuperar uma taxa de crescimento de produtividade mais elevada, defendeu Ellingrud, num painel no Media Day da McKinsey que aconteceu recentemente em Nova Iorque. E não vale a pena perder tempo a pensar se a IA deve ser levada a sério, independentemente do sector, disse ela.

Para Brooke Weddle, Senior partner da McKinsey que também participou no evento, a questão da produtividade começa e termina com o que ela chama de «saúde organizacional». Isso descreve a capacidade de uma empresa «se alinhar em torno de uma estratégia, espelhá-la no ambiente de trabalho, executá-la e renovar-se ao longo do tempo através da inovação e maior foco no cliente».

De acordo com o mais recente estudo da McKinsey sobre o estado da IA, divulgado no evento, a ligação entre saúde organizacional e desempenho está «mais forte do que nunca», disse Weddle. «Para obter ganhos de produtividade, será importante gerir a organização de maneira mais eficaz a partir do topo.»

Isso significa que os empregos terão de evoluir. Até 2030, o cenário empresarial dos EUA sofrerá grandes perturbações, com “cerca de 12 milhões” de transições ocupacionais, partilhou Ellingrud. Em parte serão boas notícias: mais empregos numa série de sectores, incluindo saúde, construção e educação.

Mas uma grande parte dessa disrupção consistirá na «redução drástica de empregos», alertou. Cerca de 85% das transições operacionais que a McKinsey observou enquadram-se em quatro categorias, explicou Ellingrud: apoio administrativo, atendimento ao cliente ou vendas, catering, e produção e manufactura.

«Essas quatro profissões irão desaparecer e impulsionar transições. Falamos de IA Generativa porque muda a natureza do trabalho que fazemos. Afectará cerca de 30% das nossas actividades, mas não eliminará os nossos empregos. Porém, para essas quatro categorias, sim», garantiu Ellingrud.

Nigel Vaz, CEO da Publicis Sapient, consultora focada na transformação digital, disse recentemente à Fortune que acredita que «não haverá trabalho que não incorpore alguma forma de IA de uma forma muito significativa dentro de um ou dois anos. Quer seja trabalhador de limpezas, segurança ou designer, ninguém está imune: «Em cada uma dessas áreas, a IA será incorporada, mesmo que não se aperceba disso.»

Além disso, um relatório recente da Goldman Sachs concluiu que os contínuos desenvolvimentos da IA Generativa poderão trazer quase 7 triliões de dólares para o PIB global, e reforçar o crescimento da produtividade em 1,5 pontos percentuais durante a próxima década.

Para os profissionais que trabalham numa dos quatro sectores referidos acima, a única forma de sobreviver é reaprender constantemente as competências mais críticas, incluindo skills tecnológicas. Isso porque, segundo Nigel Vaz, a IA é «provavelmente a maior mudança que a humanidade já viu desde a roda, ou a electricidade». Ou sejam, não é o tipo de inovação que alguém possa ficar de fora.

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