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Competências digitais podem ajudar a alcançar a igualdade de género?
Um novo estudo da Accenture, lançado no âmbito do Dia Internacional da Mulher, revela que as mulheres estão a usar as competências digitais para obter vantagem ao se prepararem para encontrar novos empregos e progredir na carreira.
De acordo com a pesquisa, “Getting to Equal: How Digital is Helping Close the Gender Gap at Work”, as mulheres estão ainda um passo atrás dos homens em termos de fluência digital na maioria dos 31 países analisados, pelo que o investimento de governos e empresas nessas competências pode alterar este cenário – podendo a igualdade de género no local de trabalho ser alcançada em 25 anos, em vez de 50, nos países mais desenvolvidos.
O relatório da Accenture mostra ainda que quando ambos os géneros têm o mesmo nível de proficiência digital, as mulheres são melhores a tirar partido dessas competências para encontrar um emprego. As mulheres apresentam níveis mais elevados de formação em 16 dos 31 países estudados. Paralelamente, o número de mulheres com formação superior quase duplicou numa geração. Mais de metade das profissionais da Geração X conseguiu um diploma universitário ou superior, em comparação com apenas 27% das suas mães.
«Há muitas formas de reduzir a desigualdade de género no local de trabalho, mas o digital é um veículo particularmente poderoso», refere José Galamba de Oliveira, presidente da Accenture Portugal. “Apesar de a igualdade de género não se tornar realidade de um dia para o outro, o investimento realizado no desenvolvimento das competências digitais das mulheres – através de educação, formação e aprendizagem on-the-job – vai ajudar a acelerar o seu progresso em todas as fases da carreira», explica.
Apesar de a fluência digital ajudar as mulheres a progredir nas suas carreiras, o seu impacto ainda não permitiu reduzir as diferenças em cargos executivos ou relativamente a salários. Nas três gerações actualmente existentes no mercado laboral, os homens são ainda os elementos do agregado familiar com salário superior. Esta situação deverá alterar-se à medida que as mulheres da geração milenar atinjam cargos de gestão. O estudo mostra que 49% das profissionais do género feminino aspiram alcançar posições de chefia e que mais de metade acredita ter as competências certas para ser líder.