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Há quem não queira promovido. Mas é possível recusar (sem se prejudicar)? Sim, desde que se assegurem alguns pontos-chave
Uma promoção é considerada o reconhecimento de um trabalho bem feito, de que é uma parte valiosa da organização e está pronto para assumir novas responsabilidades. A maioria das pessoas geralmente acolhe esta oportunidade com entusiasmo. Mas para aqueles que pensam que as circunstâncias e o timing simplesmente não são os mais adequados, há certos passos a seguir e considerações a ter em conta.
Especialistas em emprego partilham com a Fox News ideias sobre como recusar educada e respeitosamente uma oferta por vários motivos.
Questões importantes a considerar vão desde o cargo em si até questões como remuneração, responsabilidades profissionais e flexibilidade do cargo. Depois de a promoção ser oferecida, peça uma descrição do cargo, caso ainda não lhe tenha sido dada, para se familiarizar com o que está a ser oferecido para além de um novo cargo, recomenda Regan Gross, consultora de RH na Society for Human Resource Management.
Depois de ler atentamente a visão geral do novo cargo, pense se vai ao encontro dos seus objectivos de carreira ou não. «Quando uma promoção é oferecida, os colaboradores devem considerar se é adequada e se o cargo irá promover os seus objectivos e metas de carreira», explica Amy Glaser, vice-presidente sénior da Adecco, empresa de gestão de RH. «Os colaboradores devem também ter em conta a flexibilidade da nova função e como a promoção pode afectar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.»
Amy Glaser recomenda que se examina a oferta cuidadosamente. «Um primeiro passo comum é rever o pacote de remuneração e benefícios da nova função e verificar se está alinhado com os padrões e expectativas do mercado.» Se acha a remuneração satisfatória, procure então saber o que se espera de si nesta função na empresa ou no negócio.
«Os candidatos querem garantir que uma promoção os levará a uma função que proporcione uma sensação de satisfação», acrescenta. «Não é incomum os colaboradores analisarem os riscos associados à aceitação de uma promoção, incluindo maior responsabilidade e uma carga de trabalho mais pesada.»
Existem casos em que é apropriado recusar uma promoção. «Os motivos vão desde implicar uma mudança geográfica», à falta de alinhamento com «o estilo de vida ou as obrigações familiares de um colaborador» ou, ainda, talvez «a promoção não ajude a atingir objectivos profissionais a longo prazo, sem esquecer, claro, a possibilidade de o colaborador não estar minimamente interessado».
Para manter as relações de trabalho e evitar sair prejudicado, quando recusa uma promoção o colaborador deve ter algumas conversas individuais com o seu gestor ou líder de equipa, em vez de transmitir a notícia por escrito, defende Amy Glaser.
Além disso, deve agradecer ao empregador tê-lo considerado para esta oportunidade e pelo reconhecimento do seu trabalho – e até explicar o “porquê” da sua decisão, salienta Glaser. «Depois de uma conversa em pessoa com um gestor, o colaborador deve contactar por escrito a chefia para reiterar a sua gratidão e o seu compromisso com a carreira e com o empregador.»
Existe a probabilidade de recusar uma promoção afectar a relação com a chefia, realçam as especialistas. «Isto depende da inteligência emocional do gestor e de quão bem é conduzida a conversa sobre a recusa da promoção e inclusivamente das acções que se seguem», observa Glaser.
Além disso, Regan Gross concorda que é sensato o colaborador explicar as razões pelas quais esta oportunidade de promoção específica não é adequada, e pedir sugestões para poder estar mais bem preparado numa data posterior, se apropriado.
Gross aconselha ainda a expressar gratidão e manifestar abertura para outras opções futuras. «Certifique-se de que deixa a porta aberta a outras oportunidades e expresse interesse em ser considerado para futuras oportunidades de promoção.»