Esta CEO dá prioridade aos candidatos que já passaram por um burnout. Estranho? Perceba porquê

Durante uma entrevista de emprego, os recrutadores costumam fazer perguntas para avaliar a forma como o candidato lida com circunstâncias desafiantes. Adriane Schwager adopta uma abordagem mais objectiva e directa, revela a CNBC Make It.

 

A CEO e cofundadora da GrowthAssistant, uma plataforma de contratação, gosta de perguntar aos candidatos se alguma vez já tiverem burnout. «Algumas pessoas vão considerar isso negativo, [mas] quero mesmo saber se alguém passou por isso», disse Schwager à CNBC Make It.

Adriane Schwager é CEO e cofundadora da GrowthAssistant, uma plataforma de contratação, e entrevistou milhares de candidatos durante os seus 20 anos no mundo do recrutamento. Ao fazer esta questão, Schwager diz que quer ver se os candidatos estão autoconscientes dos sinais de burnout, se os reconhecem e comunicam as suas necessidades à chefia.

«Num ambiente de startups de ritmo acelerado, o burnout é quase inevitável. Se estou a contratar alguém que seja talentoso, essa pessoa vai trabalhar muito. Tenho mesmo de descobrir se sabe como gerir isso», explica.

Por exemplo, poderia ouvir de uma candidata: “Sim, tive um burnout e aprendi que, a cada trimestre, preciso de dois dias de folga sem telefone, sem internet, totalmente offline”, conta. «Reconheceu e aprendeu com isso e aplicou essas mudanças nas suas experiências.»

Muitas vezes, Adriane Schwager muda a pergunta no caso de a definição de burnout do candidato ser diferente da sua. E pode dizer: “Fale-me sobre um momento em que perdeu a motivação”.

«Por vezes, as pessoas nem sequer estão cientes do seu próprio burnout. Um dos pontos positivos desta questão é ver quem é autoconsciente», sublinha. Se alguém não passou por um burnout antes, ela perguntará sobre os momentos em que se esforçou ao máximo no trabalho. «Aí estou a tentar perceber se têm a força e resiliência para desempenhar bem a função», acrescenta.

Adriane Schwager diz que compreender a história do burnout de alguém pode ajudá-la a ser uma melhor líder. Por exemplo, recentemente reparou que um dos seus colaboradores estava a trabalhar demasiadas horas e perguntou: “Para ti Isto é burnout ou paixão? Como é que vou saber quando a paixão está a passar para a zona do burnout?”.

«Como manager, quero poder cuidar do colaborador dessa forma: “Ei, estou a reparar neste padrão. Disseste-me que este era o teu padrão quando te estás a aproximar do burnout. Há algo que devemos tratar? Precisas de ajuda para priorizar?”.» Em última análise, «quero saber como os posso apoiar».

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