O que (realmente) querem os trabalhadores? Principalmente três coisas

A Korn Ferry levou a cabo um inquérito a 10 mil profissionais de todo o mundo. O objectivo do “Workforce 2024” foi responder a uma simples pergunta: o que querem as pessoas do trabalho? Apresentamos as principais conclusões.

Por Korn Ferry

 

Numa organização, compreender as pessoas significa compreender o que impulsiona o negócio. Contudo, embora a liderança possa pensar que sabe o que as motiva, será que sabe mesmo?

A Korn Ferry falou com 10 mil profissionais em todas as fases de carreira, do nível inicial até ao de CEO, nos EUA, Reino Unido, Brasil, Médio Oriente, Austrália e Índia, para saber quais as principais prioridades no momento de escolher um novo emprego, o que os mantém na actual função e o que os faz querer sair. As suas perspectivas revelam um retrato global de como as pessoas se sentem nestes seis mercados.

A investigação da Korn Ferry permitiu, primeiramente, identificar os três principais impulsionadores para os trabalhadores em 2024 (gráfico 1).

  1. Salário/bónus/compensação generosos;
  2. Horário de trabalho flexível;
  3. Elevada segurança no emprego.

O que leva os profissionais a escolher um novo emprego?

Surpreendentemente, o salário é apenas a segunda razão pela qual a maioria dos colaboradores opta por aceitar um novo emprego em 2024. O principal motivo são os horários de trabalho flexíveis.

Estes resultados variam ligeiramente para os profissionais com mais de 45 anos, sendo que o salário atinge o primeiro lugar, empatado com a flexibilidade horária.

À pergunta “Se procurasse um novo emprego, quais os factores mais importantes que o fariam escolher um determinado empregador?” foi pedido aos inquiridos que seleccionassem cinco opções (gráfico 2).

  • Horário de trabalho flexível – média global: 38%
  • Salário/bónus/compensação generosos – média global: 37%
  • Elevada segurança no trabalho (ou seja, empresa/empregador estável) – média global: 30%
  • Excelentes oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento – média global: 27%
  • Opções de trabalho híbrido – média global: 22%

Sair ou ficar, o que faz a diferença?

A investigação da Korn Ferry demonstra que, para as empresas manterem os seus talentos felizes, devem dar prioridade aos salários e benefícios.

Os participantes indicaram que ter um pacote de remuneração generoso aumenta a probabilidade de permanecerem onde estão, contudo outros factores desempenham igualmente um papel crucial na retenção.

Entre as principais razões para permanecer na empresa, os inquiridos nomearam “salário e benefícios”, “horário flexível” e “segurança no emprego” no top 3, seguidos de “bons colegas”, “excelente manager” e “oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento”.

No lado inverso, o “Workforce 2024” também identifica as cinco principais razões que fazem os profissionais querer sair do seu actual emprego. São elas: “baixa remuneração”, “falta de oportunidades de progressão na carreira”; “falta de segurança no emprego”; “política de horário de trabalho inflexível”; e “fraca cultura ou valores da empresa”. (caixa 1)

Flexibilidade: a segunda prioridade

O “Workforce 2024” deixa claro que, este ano, o trabalho flexível é uma prioridade para a força de trabalho a nível global e constitui um dos dois principais motivos pelos quais os profissionais escolhem um novo emprego e permanecem na actual função.

É um factor preponderante para todas as faixas etárias, regiões e funções na empresa. Por vezes, o dinheiro supera ligeiramente, mas os horários flexíveis nunca ficam atrás.

No que diz respeito ao género, as mulheres dão prioridade a horários flexíveis um pouco mais do que os homens, enquanto os trabalhadores mais jovens se preocupam com isso um pouco menos do que os seus colegas mais velhos. Estes dados não surpreendem, uma vez que as mulheres e os profissionais mais velhos tendem a ter mais responsabilidades familiares (gráfico 3).

Curiosamente, segundo o estudo, disponibilizar flexibilidade horária não significa que os colaboradores apreciem ir ao escritório, já que a capacidade de trabalhar em qualquer lugar continua no topo da agenda de muitos profissionais. A questão continua a gerar divisão, mas, em 2024, mais profissionais querem trabalhar fora do escritório do que nele. E os líderes que impõem regras de dias presenciais provavelmente verão os seus melhores talentos e potenciais futuros líderes a fugirem para a concorrência (gráfico 4).

 

Leia o artigo na íntegra na edição de Setembro (nº. 165) da Human Resources.

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