Quatro razões (válidas e justificáveis) para abandonar uma entrevista de emprego
Procurar emprego dá trabalho e nem sempre o tempo despendido dá frutos, principalmente já na fase das entrevistas. No geral, mesmo sabendo que não quer a vaga, é melhor ficar até ao fim. Todavia, há certos cenários em que não só pode como deve abandonar uma entrevista de emprego. A Lifehacker diz quais.
Conseguir um emprego tornou-se oficialmente um trabalho em si mesmo. Encontrar um novo emprego demora em média seis meses, ou mais, dependendo das variáveis. E esta é apenas uma parte do gasto de tempo em que esta procura se pode tornar, já que as entrevistas também se dividem em várias fases.
Saber o momento certo para procurar emprego e ser capaz de identificar empregos problemáticos (ou mesmo falsos) antes de enviar o currículo pode evitar alguns problemas, ainda assim, algumas más entrevistas de emprego são quase inevitáveis.
No geral, é melhor concluir uma entrevista de emprego, mesmo sabendo que não quer o emprego. Por um lado, nunca se sabe se outra vaga mais apelativa surgirá naquela organização futuramente, e, por outro, pode encontrar um dos entrevistadores noutro lugar e não quer que se lembrem de si como o candidato que pediu licença para ir à casa de banho e nunca mais voltou. Mas há certos cenários em que não só pode mas deve sair de uma entrevista de emprego.
O isco disfarçado
Um excelente motivo para abandonar uma entrevista de emprego? Se perceber que, na verdade, está a ser entrevistado para uma função muito diferente. Quer o entrevistador seja honesto sobre isso, dizendo que a posição para a qual se candidatou foi preenchida, mas há outra disponível, ou se se apercebe lentamente que o cargo de nível de gestão para o qual se candidatou se transformou de alguma forma numa posição inferior.
Claro que pode ficar até ao fim para ver se é uma posição equivalente na qual possa estar interessado, mas no momento em que tiver noção clara da situação, terá de estar atento ao relógio.
Isto também se aplica aos salários, em que o emprego é exactamente como anunciado, mas de alguma forma a remuneração diminuiu entre a sua candidatura e a entrevista. Em ambos os casos, a empresa está a usar a “falácia dos custos irrecuperáveis” contra si – preparou-se e foi à entrevista, pelo que se sentirá pressionado a ficar e a fazer com que todo este esforço valha a pena. Isto mostra falta de respeito por si e uma cultura fraudulenta no escritório.
Más vibrações
Não tem de sentir borboletas na barriga ao ser entrevistado, mas também nunca deve tolerar um tom inadequado ou uma vibração abertamente hostil. Assim que alguma das seguintes situações surgir numa entrevista, levante-se e saia:
- Insultos. Questionar a sua experiência é uma coisa. Fazer pouco do seu currículo ou das suas respostas indica que essa empresa não vale o seu tempo.
- Questões excessivamente pessoais. Conversar um pouco para estabelecer uma ligção é bom, mas se o entrevistador começar a aprofundar detalhes políticos, religiosos ou extremamente pessoais, tem todo o direito de se sentir desconfortável e ir embora.
- Demasiada informação. Se o entrevistador começar a “fofocar” sobre pessoas no escritório que nem conhece ou disser que está a planear despedir a pessoa que vai substituir, obviamente não gere o seu negócio ou departamento de forma profissional, e é o momento certo de pedir licença e abandonar a entrevista.
Horários absurdos
As entrevistas podem atrasar e faz sentido fazer concessões razoáveis perante contratempos, assim como o recrutador deve ser compreensivo sobre situações inesperadas que façam com que se atrase para o seu compromisso. Mas o candidato deve ter uma ideia razoável da janela horária antes de chegar à entrevista. Se for apanhado de surpresa num processo inesperadamente longo – por exemplo, de repente uma entrevista transforma-se em seis entrevistas que vão demorar o dia todo e ninguém se deu ao trabalho de o informar – é um bom momento para simplesmente desejar boa sorte ao entrevistador.
Uma rede de espiões
A maioria das empresas agenda entrevistas de emprego por motivos sinceros: têm de preencher uma vaga e o candidato parece ser uma boa opção. Mas, por vezes, também são utilizadas como exercícios de recolha de informação sobre a concorrência. Se os entrevistadores começarem a fazer perguntas específicas sobre o seu actual (ou antigo) empregador, que vão além dos desafios que enfrentou e como lidou com equipas multifuncionais, podem estar a explorá-lo em busca de dados que possam utilizar. Não é somente insultuoso como também pode causar problemas se divulgar informação confidencial ou sensível.