Projecto de turismo sustentável previsto para aldeia desabitada da Serra da Lousã vai criar 25 postos de trabalho

A empresa Silveira Tech pretende terminar em 2026 a primeira fase de investimentos de um projecto de «turismo sustentável» na zona da Silveira, na Serra da Lousã, onde conta com 230 hectares de terrenos. O investimento está classificado como projecto de investimento para o interior, o que pressupõe que terá um investimento superior a 10 milhões de euros e a criação de mais de 25 postos de trabalho (alguns dos requisitos para a sua classificação).

 

A empresa, que está também relacionada com investimentos noutra aldeia da Serra da Lousã, a Cerdeira, espera concluir a primeira fase de investimentos em 2026 na Silveira, localidade desabitada há muitos anos, afirmou à agência Lusa o cofundador da Silveira Tech, Manuel Vilhena.

«É um projecto de turismo regenerativo de longo prazo. As pessoas poderão viver na Silveira duas semanas a nove meses. Podem ir para lá viver, enquanto trabalham nos seus projectos, ao mesmo tempo que ajudam a regenerar os 230 hectares da montanha em que a aldeia está inserida», contou Manuel Vilhena, sublinhando que esse trabalho em torno da floresta já começou.

Os projectos de arquitectura deverão ser entregues em breve na Câmara da Lousã, numa iniciativa que pretende fugir à ideia do turismo convencional, aclarou.

«Ficarão períodos longos, vão à restauração, aos supermercados locais, a serviços culturais e alguns, se calhar, até poderão decidir ficar de forma permanente na região. Queremos criar impacto e revitalizar uma zona do interior de Portugal», salientou.

Segundo Manuel Vilhena, o investimento prevê a recuperação de algumas das casas devolutas que existem na Silveira, a construção de um espaço maior de alojamento, «um espaço de cowork, um ginásio e um restaurante».

«Basicamente, estamos a fazer uma aldeia», disse.

Questionado sobre o valor de investimento previsto, o cofundador da Silveira Tech escusou-se a avançar com um valor, referindo apenas que será superior a dez milhões de euros.

Em 2026, a empresa espera ter capacidade para alojar cerca de 50 pessoas, num projecto que estará focado na atracção «de empreendedores, gente que está a desenvolver os seus projectos, por conta própria e que tem liberdade geográfica».

«Queremos juntar um grupo de empreendedores para se inspirarem mutuamente e dar-lhes uma experiência de viver lá, ajudar a regenerar a floresta e mostrar que as empresas têm de servir os outros e o planeta», referiu, explicando que o projecto poderá também atrair «nómadas digitais, artistas ou trabalhadores remotos».

Questionado sobre o financiamento do projecto, Manuel Vilhena referiu que o mesmo está associado à OlisipoWay, empresa sediada em Lisboa relacionada com a tecnologia e investimento em startups, que tem uma participação na Silveira Tech.

Já sobre a relação com os munícipes, o cofundador da empresa considera que a mesma «tem sido bastante pacífica».

Apesar disso, disse que «houve alguns movimentos no sentido de se tentarem comprar propriedades» para depois as revender ao projecto «a preços absurdos».

«Criaram-se algumas inimizades com quem tivemos algumas disputas, mas está praticamente tudo resolvido», referiu.

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