Quer candidatar-se a um trabalho mas não tem experiência prévia? Ex-executiva da Google explica como destacar-se

Para Jennifer Dulski, ex-executiva da Google, contratar candidatos que tenham desempenhado exactamente o tipo de função que pretende preencher não é uma prioridade, revela a CNBC. Explica porquê e partilha dicas para os candidatos se destacarem.

 

A fundadora e CEO da Rising Team, que vende programas de team development, e ex-executiva da Google e da Meta, afirma que contratou «provavelmente milhares de pessoas» na sua carreira. E acrescenta que, na Rising Team, «em nenhuma das descrições de funções verá a expressão “X anos de experiência em ‘XYZ”».

Dulski descobriu que esta estratégia funciona. Contratou muitas pessoas que nunca tinham tido exactamente o mesmo emprego antes e «menos de 5% delas falharam».

Encontrar pessoas «que não tiveram o mesmo conjunto de oportunidades»

Jennifer Dulski acredita que procurar pessoas que só trabalharam sob o mesmo título limita a capacidade de encontrar talentos.

«Realmente reduz a janela, tanto para as pessoas que se podem encontrar, como para aquelas que não tiveram o mesmo conjunto de oportunidades», explica. Estas últimas podem ser desencorajadas a candidatar-se, mesmo que sejam perfeitas para a função.

Isto não significa que esteja a contratar pessoas que nunca fizeram nada relacionado com a função. «Têm de ter feito algo semelhante, claro», mas a sua experiência não tem de ser uma cópia exacta do trabalho para o qual ela está a contratar.

Recentemente, a Rising Team estava à procura de um chefe de gabinete. Entre as prioridades estava a capacidade de gerir grandes projectos, orientação para o detalhe e construir relações sólidas com stakeholders internos e externos.

«Embora algumas pessoas tenham alcançado estes resultados anteriormente como chefes de gabinete, outras mostraram que cumpriram estes objectivos como gestores de produto ou de projectos, ou mesmo em carreiras mais ‘distantes’, como a produção cinematográfica», afirmou.

Dos seis candidatos seleccionados, três tinham sido chefes de gabinete no passado e os outros três não.

Envie mais do que o solicitado

Se quer candidatar-se a uma função que não tem que ver com o que fez antes, Dulski recomenda trabalhar um pouco mais para se destacar.

A Rising Team conseguiu 800 candidatos para o cargo de chefe de gabinete, diz ela, e a maioria das pessoas enviou apenas o que lhes foi pedido.

«No entanto, houve muitas pessoas que enviaram um vídeo sem o termos pedido ou fizeram uma apresentação criativa sobre si mesmas», refere. Um candidato enviou um manual do utilizador onde descreve como gosta de trabalhar.

Nenhum destes candidatos tinha exercido a função antes, mas todos tinham alguma experiência relevante e utilizaram o material extra que enviaram para explicar por que seriam bem-sucedidos. Num processo concorrido, foram eles que se destacaram.

Dulski acabou por contratar alguém que nunca tinha trabalhado como chefe de gabinete antes.

«O mercado de trabalho está difícil e noto que as pessoas estão a ter de se candidatar a muitos empregos.» No entanto, quando se trata de ir mais além, «diria que ainda vale a pena, especialmente para os empregos que mais o entusiasmam».

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