O futuro do trabalho: flexível, inclusivo e colaborativo

A forma como trabalhamos sofreu uma profunda transformação nos últimos anos. Estamos a viver um novo paradigma laboral: as rotinas de trabalho evoluíram para formatos híbridos e adaptáveis, proporcionando maior flexibilidade numa altura em que o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é cada vez mais valorizado.

Por Joana Marques, head of Infineon Technologies Business Solutions

Estas mudanças são fruto das grandes transformações que temos vivido numa escala global e que têm impactado profundamente a forma como olhamos para o trabalho. Hoje, valores como a equidade, a diversidade, a sustentabilidade social e ambiental, a sensação de propósito e o bem-estar são factores decisivos para as novas gerações de trabalhadores em todo o mundo.

De acordo com o estudo “2024 Gen Z and Millennial Survey” da Deloitte, de uma forma geral, o que os jovens adultos, entre os 19 e os 41 anos, mais valorizam no trabalho é empreender com significado em organizações orientadas por um propósito, flexibilidade para equilibrar o trabalho e a vida pessoal, locais de trabalho que promovam a saúde mental, oportunidades para continuar a aprender e a crescer profissionalmente, e salários e benefícios competitivos.

Para as novas gerações, interconectadas, globalizadas e multiculturais, a remuneração já não é o factor mais valorizado na escolha de um emprego. Actualmente, um trabalho com impacto positivo no mundo, mais flexível, colaborativo, inclusivo e humano beneficia todos os envolvidos: trabalhadores, organizações e toda a sociedade. E é fundamental que as empresas se adaptem a esta nova realidade para atrair e reter talentos.

No entanto, a transição para modelos de trabalho mais flexíveis e humanizados traz os seus desafios… O trabalho remoto, por exemplo, tem enfrentado resistência por parte de algumas organizações, em claro contraste com a tendência registada junto dos talentos emergentes. A falta de interacção social e a potencial desconexão com a empresa e entre colaboradores podem levar a um menor envolvimento no desenvolvimento de novas soluções e à diminuição do trabalho em equipa. Por outro lado, à medida que Portugal consolida a sua reputação como destino laboral para empresas e nómadas digitais, é necessário acomodar factores como diferentes fusos horários, hábitos e mentalidades.

Para mitigar estes efeitos, é crucial implementar estratégias e ferramentas que promovam a comunicação e a colaboração, tanto presencialmente como à distância, assim como benefícios que considerem as diferenças culturais e as expectativas de uma equipa internacional. Isso inclui a implementação de tecnologias que facilitem a comunicação, a união e a colaboração entre pessoas, num ambiente que valorize a diversidade, a equidade e a inclusão. Assim, as organizações não só aumentam a sua competitividade, como também cultivam um espaço onde os colaboradores se sentem valorizados e motivados a contribuir para o sucesso colectivo.

A realidade tem sido clara: um ambiente de trabalho que prioriza o bem-estar humano é, sem dúvida, o caminho para um futuro sustentável e próspero, e um incontornável factor de crescimento. Para empresas com ambientes multiculturais, focadas no bem-estar dos seus colaboradores, este não é apenas um avanço, mas uma mudança estratégica fundamental. A flexibilidade no trabalho e a promoção de uma cultura inclusiva tornaram-se motores centrais da evolução das empresas, criando uma sinergia entre produtividade, diversidade e equilíbrio pessoal.

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