Trabalhadores remotos estão a trocar horas de deslocações por actividades paralelas
Nos EUA, os trabalhadores remotos são mais propensos a ter “biscates” do que os seus colegas que trabalham no escritório — 34% contra 29% — de acordo com um novo inquérito da LinkedIn Workforce Confidence a 8600 profissionais norte-americanos, noticia o Business Insider.
A tendência para rendimentos adicionais parece mais forte entre aqueles com regimes de trabalho flexíveis. Embora apenas um quarto dos profissionais a tempo inteiro tenham referido ter um trabalho secundário, o número sobe para 52% nos freelancers e 46% nos trabalhadores externos e trabalhadores independentes.
Trabalhos secundários incluem consultoria, motoristas de transporte partilhado e gestores imobiliários.
A maior participação dos trabalhadores remotos em actividades secundárias pode resultar de uma maior poupança de tempo pela ausência de deslocações. Os dados de GPS da empresa de análise de tráfego INRIX mostram que a deslocação de longo curso (viajar mais de 120 quilómetros para o trabalho) tem aumentado nos últimos anos. A mesma tendência aplica-se a deslocações superiores a 64 km para as 10 maiores cidades do país.
A taxa mais elevada de trabalhos paralelos entre trabalhadores remotos, embora pequena, pode também resultar de algumas evidências de que a produtividade abranda quando os trabalhadores são pressionados a regressar ao escritório.
Segundo um inquérito Great Place to Work de Maio de 2024 a 4400 colaboradores nos EUA, os trabalhadores que podiam escolher onde trabalhar tinham maior probabilidade de superar as expectativas e de ter melhores relações com as chefias.
No entanto, os dados não são claros, uma vez que vários estudos sobre o trabalho remoto têm conclusões diferentes. Os economistas de Stanford descobriram uma produtividade 10% inferior para o trabalho totalmente remoto em comparação com o trabalho totalmente presencial. Entretanto, um outro estudo de Stanford descobriu que o trabalho híbrido não teve qualquer efeito na produtividade ou na progressão de carreira em comparação com o trabalho presencial.
Dezenas de colaboradores com actividades paralelas, especialmente aqueles em funções remotas, partilharam as suas estratégias para maximizar rendimentos. Alguns mencionaram a criação e venda de conteúdos no Etsy, outros disseram que conduzem para a Uber ou para a DoorDash enquanto trabalham como contabilistas ou analistas.
Tanto os trabalhadores remotos como os presenciais disseram que as actividades imobiliárias têm sido particularmente frutíferas. Alguns afirmaram ter abandonado as suas funções corporativas presenciais para assumir cargos remotos a tempo inteiro, o que lhes permitiu gerir melhor os seus horários e ter outras fontes de rendimento.
O Business Insider também reportou dezenas de trabalhadores remotos “sobreempregados” que trabalham secretamente em vários empregos para obter rendimentos elevados. Muitos disseram que não se sentem culpados por trabalhar em vários cargos remotos, mesmo quando estas funções se tornam mais escassas e difíceis de conseguir.